Entre entrar e não entrar, ousar e não ousar, ser ou não ser, ando cada vez mais pelo sim. E àquilo que não gosto, não acredito ou simplesmente não sinto, ando cada vez mais querendo dizer não. Porque senão a vida vai embora,escorre pelos dedos e a gente fica sem sentido. Ando pela coragem do encontro verdadeiro, pela coragem da existência viva, pelo dizer sim ao desejo. Porque senão, simplesmente, fico descolada de mim mesma, e aí,
aí já era. e eu quero ser.
diário da lulu
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
horário da ginástica
9h00 - glúteo carioca
9h30- abdômem absoluto
10h00 - seio americano
10h30 -anca mulata
11h00- yoga
9h30- abdômem absoluto
10h00 - seio americano
10h30 -anca mulata
11h00- yoga
quarta-feira, 28 de julho de 2010
pela existência
Ela andava pelo mundo à procura de encontros verdadeiros. Não de facebook, nem de coisas chiques, nem de estrelas nem mesmo de paqueras. Não queria encantos fortuitos, ou a pluma leve da espuma de champanhe que se esvaía assim que o copo terminasse. Não queria o abraço falso da festa onde todos se amam e são felizes, nem o encantamento falso de como eram todos inteligentes e legais e lindos mesmo até.
Às vezes ficava quieta, sem vontade de falar porque qualquer verbo soaria falso e desperdiçado diante de tudo o que ela era e sentia e não podia dizer à toa, porque se esvairia.
Ela andava à procura de um olhar para o qual ela dissesse sim e que esse olhar lhe respondesse que sim também e que então se dessem as mãos e soubessem, em silêncio, que sim. E então, naquela tarde, ela achou sim que naquela momento sob o sol, caminhava agora, nem que fosse por aquele instante, junta. E ela, perplexa, acompanhava o andar do mundo que, como pode, continuava o mesmo. e, ainda assim, havia a intuição, profunda, de que algo fundamental mudava no universo inteiro, e um novo encaixe, talvez, talvez, estivesse sendo feito.
Às vezes ficava quieta, sem vontade de falar porque qualquer verbo soaria falso e desperdiçado diante de tudo o que ela era e sentia e não podia dizer à toa, porque se esvairia.
Ela andava à procura de um olhar para o qual ela dissesse sim e que esse olhar lhe respondesse que sim também e que então se dessem as mãos e soubessem, em silêncio, que sim. E então, naquela tarde, ela achou sim que naquela momento sob o sol, caminhava agora, nem que fosse por aquele instante, junta. E ela, perplexa, acompanhava o andar do mundo que, como pode, continuava o mesmo. e, ainda assim, havia a intuição, profunda, de que algo fundamental mudava no universo inteiro, e um novo encaixe, talvez, talvez, estivesse sendo feito.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
medos
Eu tenho uma amiga com quem sempre converso sobre medos, são conversas um pouco assim:
Ele me ligou, que medo.
Não me ligou. Não disse nada. Medo.
Ligou e falou que não pode ficar um segundo sem pensar em mim. Medo.
Está pintando uma oportunidade de trabalho. Medo.
Estou sem trabalho nenhum, medo.
Estou enjoada do meu trabalho. Medo.
Estável demais.
Instável demais.
Medo.
Bonita demais naquele dia, todo mundo olhou, medo.
Feia demais, ninguém nem reparou na existência.medo.
Uma pinta na boca, um olho vermelho, uma bola no nariz. Medo.Cãncer, catapora, encefalite, conjuntivite.
Medo de assalto, medo de roubo, medo de um monte de coisa.
Conversamos que às vezes até sair dá medo, olhar, conversar, estar na rua com gente estranha.
E conversamos que às vezes dá medo, muito medo mesmo, fazer exatamente aquilo que a gente gosta, e fazer exatamente aquilo que a gente quer.
E esse medo é o medo a ser mais combatido.
Morremos de medo, eu e essa minha amiga, e ainda assim, não deixamos de fazer nada. Ou quase nada. Não... mentira.
Eu deixo de fazer algumas coisas, por medo, talvez mais até do que eu perceba. Não me faz a menor falta pular de asa delta ou páraquedas de uma pedra gigante, tenho medo mesmo e é isso aí, posso morrer sem, mas às vezes tenho medo de ser verdadeira comigo mesma, tenho medo de escrever, tenho medo do novo, do encontro, de me perder, tenho medo de mim e de assumir o que sinto.
Essas horas são horas de frio na barriga, e a gente faz a maior força e aguenta.
Ligamos uma para outra, ligamos para mais outros amigos que também não têm medo de assumir seus medos.
E nos cuidamos e tomamos coragem, e tomamos aspirina, acupuntura, remedinho, vodka, Tomamos banho, coca cola e chopp, passamos batom, colocamos salto ou saímos de havaiana mesmo, vamos para a análise, para a casa da mãe, pro bar, pra rua, pro cinema, saímos de casa.
Nessas horas a gente tenta fazer de tudo para enfrentar os medos.
às vezes fechamos os olhos e vamos em frente, de uma vez e com tudo, às vezes saímos de casa bem devagarinho, com muita cautela e aos poucos, quase como se não estivéssemos lá. Às vezes deixamos para um pouco mais tarde, o enfrentamento, porque ainda não era a hora.
Mas de qualquer jeito, como eu falo para os meus alunos do sexto ano, é sempre bom, nas noites de mais medo, tomar coragem e olhar logo debaixo da cama e dentro do armário, pois um monstro enfrentado é geralmente menos assustador que um monstro escondido.
E às vezes esse monstro pode ser fundamental , porque era, simplesmente, o desconhecido, o novo e, afinal, o desejado.
A gente não é daqueles ou daquelas que não sentem medo de nada, mas temos nossa valentia, até porque desejamos tanto da vida, que precisamos ser muito valentes mesmo. Ficamos até com medo do tamanho da nossa vontade de viver. E a vontade ganha, porque somos a favor dela, e não do medo.
e é pela vontade de viver, e não por medo, que vivemos.
E quando a coragem falha, as amigas estão aí, para lembrar a gente disso.
ainda bem.
Ele me ligou, que medo.
Não me ligou. Não disse nada. Medo.
Ligou e falou que não pode ficar um segundo sem pensar em mim. Medo.
Está pintando uma oportunidade de trabalho. Medo.
Estou sem trabalho nenhum, medo.
Estou enjoada do meu trabalho. Medo.
Estável demais.
Instável demais.
Medo.
Bonita demais naquele dia, todo mundo olhou, medo.
Feia demais, ninguém nem reparou na existência.medo.
Uma pinta na boca, um olho vermelho, uma bola no nariz. Medo.Cãncer, catapora, encefalite, conjuntivite.
Medo de assalto, medo de roubo, medo de um monte de coisa.
Conversamos que às vezes até sair dá medo, olhar, conversar, estar na rua com gente estranha.
E conversamos que às vezes dá medo, muito medo mesmo, fazer exatamente aquilo que a gente gosta, e fazer exatamente aquilo que a gente quer.
E esse medo é o medo a ser mais combatido.
Morremos de medo, eu e essa minha amiga, e ainda assim, não deixamos de fazer nada. Ou quase nada. Não... mentira.
Eu deixo de fazer algumas coisas, por medo, talvez mais até do que eu perceba. Não me faz a menor falta pular de asa delta ou páraquedas de uma pedra gigante, tenho medo mesmo e é isso aí, posso morrer sem, mas às vezes tenho medo de ser verdadeira comigo mesma, tenho medo de escrever, tenho medo do novo, do encontro, de me perder, tenho medo de mim e de assumir o que sinto.
Essas horas são horas de frio na barriga, e a gente faz a maior força e aguenta.
Ligamos uma para outra, ligamos para mais outros amigos que também não têm medo de assumir seus medos.
E nos cuidamos e tomamos coragem, e tomamos aspirina, acupuntura, remedinho, vodka, Tomamos banho, coca cola e chopp, passamos batom, colocamos salto ou saímos de havaiana mesmo, vamos para a análise, para a casa da mãe, pro bar, pra rua, pro cinema, saímos de casa.
Nessas horas a gente tenta fazer de tudo para enfrentar os medos.
às vezes fechamos os olhos e vamos em frente, de uma vez e com tudo, às vezes saímos de casa bem devagarinho, com muita cautela e aos poucos, quase como se não estivéssemos lá. Às vezes deixamos para um pouco mais tarde, o enfrentamento, porque ainda não era a hora.
Mas de qualquer jeito, como eu falo para os meus alunos do sexto ano, é sempre bom, nas noites de mais medo, tomar coragem e olhar logo debaixo da cama e dentro do armário, pois um monstro enfrentado é geralmente menos assustador que um monstro escondido.
E às vezes esse monstro pode ser fundamental , porque era, simplesmente, o desconhecido, o novo e, afinal, o desejado.
A gente não é daqueles ou daquelas que não sentem medo de nada, mas temos nossa valentia, até porque desejamos tanto da vida, que precisamos ser muito valentes mesmo. Ficamos até com medo do tamanho da nossa vontade de viver. E a vontade ganha, porque somos a favor dela, e não do medo.
e é pela vontade de viver, e não por medo, que vivemos.
E quando a coragem falha, as amigas estão aí, para lembrar a gente disso.
ainda bem.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
o meu, o teu, o nosso
das dificuldades maiores da vida é sabermos onde terminamos e onde começa o outro em nós. Já misturei-me completamente, a ponto de ficar um bom tempo sem fazer uso da palavrinha tão importante que é EU. Éramos dois, e éramos sempre juntos, e nós gostávamos disso e achávamos aquilo e íamos para lá e para cá. Sempre juntos, sempre nós. Até que me perdi e não sabia mais onde me achava nesse emaranhado de casal. E terminou a história.
Aos poucos, voltei para o singular, procurando e buscando, os meus próprios costumes, gostos, amigos, jeitos.
Demorou muito, muito tempo, para que por fim o "a gente gostava", "nós fazíamos", "fizemos, vimos e fomos" parasse de frequentar as minhas palavras. Aos poucos, construí meu novo mundo.
Depois misturei-me de novo, e fui o que não era muito para ser o que o outro queria. E de novo separei-me. E misturei-me de novo, por carência, cuidados, e pele.
Até que então aprendi a andar sozinha, chegar e sair sozinha, contar para os amigos as coisas da vida, contar para mim mesma e comigo mesma. Gripei sozinha, cozinhei, fiz sopa. E agora posso dizer muito de mim, no singular, com alguma intimidade e bastante felicidade de quem conseguiu, um pouco que seja, conviver e bem, sozinha consigo mesma.
Aos poucos, voltei para o singular, procurando e buscando, os meus próprios costumes, gostos, amigos, jeitos.
Demorou muito, muito tempo, para que por fim o "a gente gostava", "nós fazíamos", "fizemos, vimos e fomos" parasse de frequentar as minhas palavras. Aos poucos, construí meu novo mundo.
Depois misturei-me de novo, e fui o que não era muito para ser o que o outro queria. E de novo separei-me. E misturei-me de novo, por carência, cuidados, e pele.
Até que então aprendi a andar sozinha, chegar e sair sozinha, contar para os amigos as coisas da vida, contar para mim mesma e comigo mesma. Gripei sozinha, cozinhei, fiz sopa. E agora posso dizer muito de mim, no singular, com alguma intimidade e bastante felicidade de quem conseguiu, um pouco que seja, conviver e bem, sozinha consigo mesma.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
mar tranquilo
há muitas reclamações nesse blog, algumas muito antigas. Reclamações de não se sentir bem, e não estar no lugar, de sentir-se sempre estrangeira e estranha, em mim e no mundo.
Então eu queria dizer que às vezes, de vez em quando, a vida se harmoniza e é possível deixar o sofrimento um pouco de lado e além de dormir bem, simplesmente viver. E poder abrir-se para o futuro e para o presente.
tá certo que a vida de férias, a vida do almoço longo, do acordar e ver um filme, da leitura descompromissada e dos encontros com amigos é muito alegre mesmo. Acho até que nasci para isso, para estar em férias.
Mas de qualquer jeito, em meio a tanta reclamação, é bom dizer que estou bem, aqui no presente, neste presente com todos os seus caminhos futuros, sejam eles quais forem. Caminhos de mim.
Então eu queria dizer que às vezes, de vez em quando, a vida se harmoniza e é possível deixar o sofrimento um pouco de lado e além de dormir bem, simplesmente viver. E poder abrir-se para o futuro e para o presente.
tá certo que a vida de férias, a vida do almoço longo, do acordar e ver um filme, da leitura descompromissada e dos encontros com amigos é muito alegre mesmo. Acho até que nasci para isso, para estar em férias.
Mas de qualquer jeito, em meio a tanta reclamação, é bom dizer que estou bem, aqui no presente, neste presente com todos os seus caminhos futuros, sejam eles quais forem. Caminhos de mim.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
nossas doenças
li em meio a uma notícia de jornal a lista dos medicamentos mais vendidos no Brasil. Primeiro são as drogas de ação analgésica, depois os medicamentos contra disfunçao erétil, depois aqueles que regulam o colesterol e os antidepressivos.
Fiquei pensando que somos uma nação cheia de dores, brochada, que come meio mal e anda meio deprimida.
cruz credo!
sobre esse assunto, leia também:
da dor e outras dificuldades
Fiquei pensando que somos uma nação cheia de dores, brochada, que come meio mal e anda meio deprimida.
cruz credo!
sobre esse assunto, leia também:
da dor e outras dificuldades
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