quinta-feira, 15 de julho de 2010

o meu, o teu, o nosso

das dificuldades maiores da vida é sabermos onde terminamos e onde começa o outro em nós. Já misturei-me completamente, a ponto de ficar um bom tempo sem fazer uso da palavrinha tão importante que é EU. Éramos dois, e éramos sempre juntos, e nós gostávamos disso e achávamos aquilo e íamos para lá e para cá. Sempre juntos, sempre nós. Até que me perdi e não sabia mais onde me achava nesse emaranhado de casal. E terminou a história.


Aos poucos, voltei para o singular, procurando e buscando, os meus próprios costumes, gostos, amigos, jeitos.
Demorou muito, muito tempo, para que por fim o "a gente gostava", "nós fazíamos", "fizemos, vimos e fomos" parasse de frequentar as minhas palavras. Aos poucos, construí meu  novo mundo.
Depois misturei-me de novo, e fui o que não era muito para ser o que o outro queria. E de novo separei-me. E misturei-me de novo, por carência, cuidados, e pele.
Até que então aprendi a andar sozinha, chegar e sair sozinha, contar para os amigos as coisas da vida, contar para mim mesma e comigo mesma. Gripei sozinha, cozinhei, fiz sopa. E agora posso dizer muito de mim, no singular,  com  alguma intimidade e bastante felicidade de quem conseguiu, um pouco que seja, conviver e bem, sozinha consigo mesma.



7 comentários:

  1. Os nomes dos quadros, os nomes....! Lindos!

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  2. :-(

    Ah, Lu... assim parece q não é possível ser, tb, um só quando se está junto.

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  3. Bi!!
    os quadros são do Edward Hopper, vou ver com calma os nomes e dar os devidos créditos! são incríveis mesmo.

    Ulisses,
    na verdade, tem uma continuação para esse post, que é assim: e quando a gente aprende a ser um de verdade é o momento e a hora boa de se estar junto de verdade.
    :-)
    Bom te ver por aqui queridão!!

    beijo

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  4. Nunca deixei de acompanhar vc, linda. E, como somos vizinhos (e eu estou sempre no sebo q fica em baixo da sua), pode gritar qdo quiser uma companhia para algo.

    Bjs.

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  5. Oi flor, seu blog tah lindo, bem variado se vc quiser visita o meu e diz o que achou, boa sorte com seu blog, beijos!

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  6. Oi Lu querida,

    Que linda a descrição de aprender a conhecer seu verdadeiro eu, como vc mesma disse, no comentário para o Ulisses.
    Me enche de felicidade e esperança!

    Beijo grande, Mari.

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  7. Lu, adorei seu post, ando em um momento junto mas, me conhecendo e me buscando muito. Isso as vezes gera um verdadeiro nó na cabeça da gente.

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