Revoltante o Mais desse domingo sobre a questão da discriminação de brancos contra negros ( e inverto a chamada de capa propositadamente) no Brasil.
E junto, intelectuais avaliam se o sistema de cotas deu certo no país. Questão: há um sistema de cotas nacional? de que sistema de cotas se está falando? Em quais lugares e de que maneira ele foi implementado? Nas universidades em que foi implementado ( e de maneiras bem distintas), o sistema já está em curso há tempo suficiente para se fazer avaliações assim categóricas?
Claro que nada disso importa, assim como não importa ouvir com cuidado as declarações de nossa ministra, que colocou com palavras infelizes o fato importante e óbvio de que a tendência é a de que o explorado sinta sim raiva do explorador. Importa a simplificação, importam os rojões de uma elite branca que sente-se no direito de comemorar: viu??? também somos vítimas de preconceito!! e aliás do que Eles estão falando? Não existe negros nem brancos mesmo no Brasil... somos todos essa mistura liinda... O que existe são pobres e ricos...
sei.
A antropóloga Yvonne Maggie disse assim:
"A maior parte do povo brasileiro não se pensa como negra mas, sim, como misturada e não quer ficar ficar presa a uma classificação rígida"
Claro... Somos todos morenos, morenos mais escurinhos ou menos, todos iguais idênticos, até porque é meio feio falar que tal pessoa é negra, não é mesmo?
Não sei como a maior parte do povo brasileiro se vê, mas sei que a maior parte dos negros é sim vista como negra, a cor não é transparente e carrega consigo uma história que aqui é a história de um país escravista, tradicionalista e autoritário. O negro é sim negro. E isso implica sim um tratamento desigual, que se revela no dia-a-dia, nas pequenas e grandes coisas. Quem não vê isso é porque não quer ver.
O apagamento da cor é muito perigoso, porque retira da vítima do preconceito seus direitos de vítima e retira do perpetrador o seu crime, afinal... argumento também presente nas páginas do jornal, quem fala de racismo é que é racista, já que já foi provado que não existem raças humanas, não se pode mais falar de racismo.
Ora... Façam-me o favor! esse foi exatamente o argumento usado por um juiz do sul ao absolver um editor anti-semita: não existe racismo, pois não existem raças, portanto não há como se aplicar a lei anti racismo. Seria risível se não fosse trágico.
Eu, branca, nunca fui barrada na porta de lugar algum, nunca fui vítima de batidas policiais por estar simplesmente andando na rua, nunca acharam que eu fosse a empregada, a babá ou a faxineira de algum lugar, nunca me indicaram o elevador de serviço... nunca me olharam torto por causa da minha cor, e a cor da minha pele nunca foi sinônimo de ofensa, de feiúra, de coisas ruins. Na adolescência, namorei um tempo com um homem negro, e fomos uma vez parados pela polícia. Claro... coincidência...
Não existe racismo nesse país.
O Luiz Mott tem o displante de dizer:
"Eu próprio já fui chamado de branquelo azedo. Nunca ouvi nenhum branco chamar negro com termos preconceituosos de antigamente"
Antigamente quando? Revoltante. Eu teria vergonha.
Primo Levi, em seu extraordinário livro Os afogados e os sobreviventes fala do desejo de simplificação que assola nossas mentalidades. Ele diz assim :
" aquilo que comumente entendemos por "compreender" coincide com "simplificar": sem uma profunda simplificação, o mundo ao nosso redor seria um emaranhado infinito e indefinido, que desafiria nossa capacidade de nos organizar e decidir nossas ações. Em suma, somos obrigados a reduzir o cognoscível a um esquema: tendem a esse objetivo os admiráveis instrumentos que construímos no curso da evolução e que são específicos do gênero humano, a linguagem e o pensamento conceitual. (...)
A história popular, e também a história tal como é tradicionalmente ensinada nas escolas, se ressentem dessa tendência maniqueísta que evita os meio-tons e a complexidade: são propensas a reduzir a torrente dos acontecimentos humanos aos conflitos, e os conflitos a duelos, nós e eles, os atenienses e os espartanos, os romanos e os cartagineses. Decerto, este é o motivo da enorme popularidade dos esportes espetaculares, como o futebol, o beisebol e o pugilismo, nos quais os contendores são dois times ou dois indivíduos, bem distintos e identificáveis, e nos fim da partida haverá os derrotados e os vencedores. Se o resultado é o empate, o espectador se sente fraudado e desiludido: num nível mais ou menos inconsciente ansiava por vencedores e perdedores, identificando-se respectivamente com os bons e os maus, porque são bons o que devem levar a melhor, senão o mundo estaria de pernas pro ar." ( Levi, Primo. Os afogados e os sobreviventes)
Um caderno cultural de um jornal que se quer sério não pode render-se ao desejo de simplificação. Sim, a Folha de SP sempre cai nele, pois ao desejo de simplificação soma-se o desejo da polêmica fácil e rasteira, aí faz-se a festa. Mas achar que é possível já fazer julgamento sobre se o sistema de cotas no país(??) deu ou não certo ( ???) é rasteiro e irresponsável demais.
Fazer um caderno inteiro sobre a questão do racismo onde a maioria dos entrevistados retira essa questão do centro do problema substituindo-a por questões de desigualdades sociais, ou de preconceitos mil, é demais.
A cor não é transparente. A opção sexual ou religiosa das pessoas, tão pouco. Diminuir esse fato é colocá-lo debaixo do tapete e perpetuar as diferenças e as violências. Há sempre uma vontade brasileira de apaziguamento dos conflitos, pautada no nosso celebrado jeitinho em uma suposta abertura, uma suposta democracia.
O homem cordial, do qual fala Sergio Buarque de Holanda, nos Raízes do Brasil, é inúmeras vezes mal lido e mal entendido como o homem gentil, que não quer briga, que deixa prá lá, do apaziguamento, que é todo afeto e amor. Que nada, está lá no Sérgio, o homem cordial é violento, violentíssimo.
É o homem, ou a mulher que chama a empregada de "da família" enquanto a coloca para trabalhar das seis da manhã às dez da noite e a coloca para dormir em um quartinho onde não caberiam os armários e lhe paga um salário de fome. É o homem que brada "você não sabe com quem você está falando?" Que bate na mulher com quem dorme. E que completa todas as suas frases com "meu querido...". "meu amor..."
A violência escondida, silenciada, mascarada é terrível. Ao meu ver, incomoda a lembrança de que sim, os negros foram açoitados, foram escravizados, são discriminados. De que sim há conflitos. Que há sim negros e brancos, que uns estão no poder desde que o Brasil é Brasil, outros não, outros foram escravos. Que as coisas são mais difíceis e complexas do que uma simples mistura.
É hora de olhar para o mundo com um pouco mais de humildade, ouvir e parar para pensar, sem que sucumbamos ao desejo de simplificação.
E junto, intelectuais avaliam se o sistema de cotas deu certo no país. Questão: há um sistema de cotas nacional? de que sistema de cotas se está falando? Em quais lugares e de que maneira ele foi implementado? Nas universidades em que foi implementado ( e de maneiras bem distintas), o sistema já está em curso há tempo suficiente para se fazer avaliações assim categóricas?
Claro que nada disso importa, assim como não importa ouvir com cuidado as declarações de nossa ministra, que colocou com palavras infelizes o fato importante e óbvio de que a tendência é a de que o explorado sinta sim raiva do explorador. Importa a simplificação, importam os rojões de uma elite branca que sente-se no direito de comemorar: viu??? também somos vítimas de preconceito!! e aliás do que Eles estão falando? Não existe negros nem brancos mesmo no Brasil... somos todos essa mistura liinda... O que existe são pobres e ricos...
sei.
A antropóloga Yvonne Maggie disse assim:
"A maior parte do povo brasileiro não se pensa como negra mas, sim, como misturada e não quer ficar ficar presa a uma classificação rígida"
Claro... Somos todos morenos, morenos mais escurinhos ou menos, todos iguais idênticos, até porque é meio feio falar que tal pessoa é negra, não é mesmo?
Não sei como a maior parte do povo brasileiro se vê, mas sei que a maior parte dos negros é sim vista como negra, a cor não é transparente e carrega consigo uma história que aqui é a história de um país escravista, tradicionalista e autoritário. O negro é sim negro. E isso implica sim um tratamento desigual, que se revela no dia-a-dia, nas pequenas e grandes coisas. Quem não vê isso é porque não quer ver.
O apagamento da cor é muito perigoso, porque retira da vítima do preconceito seus direitos de vítima e retira do perpetrador o seu crime, afinal... argumento também presente nas páginas do jornal, quem fala de racismo é que é racista, já que já foi provado que não existem raças humanas, não se pode mais falar de racismo.
Ora... Façam-me o favor! esse foi exatamente o argumento usado por um juiz do sul ao absolver um editor anti-semita: não existe racismo, pois não existem raças, portanto não há como se aplicar a lei anti racismo. Seria risível se não fosse trágico.
Eu, branca, nunca fui barrada na porta de lugar algum, nunca fui vítima de batidas policiais por estar simplesmente andando na rua, nunca acharam que eu fosse a empregada, a babá ou a faxineira de algum lugar, nunca me indicaram o elevador de serviço... nunca me olharam torto por causa da minha cor, e a cor da minha pele nunca foi sinônimo de ofensa, de feiúra, de coisas ruins. Na adolescência, namorei um tempo com um homem negro, e fomos uma vez parados pela polícia. Claro... coincidência...
Não existe racismo nesse país.
O Luiz Mott tem o displante de dizer:
"Eu próprio já fui chamado de branquelo azedo. Nunca ouvi nenhum branco chamar negro com termos preconceituosos de antigamente"
Antigamente quando? Revoltante. Eu teria vergonha.
Primo Levi, em seu extraordinário livro Os afogados e os sobreviventes fala do desejo de simplificação que assola nossas mentalidades. Ele diz assim :
" aquilo que comumente entendemos por "compreender" coincide com "simplificar": sem uma profunda simplificação, o mundo ao nosso redor seria um emaranhado infinito e indefinido, que desafiria nossa capacidade de nos organizar e decidir nossas ações. Em suma, somos obrigados a reduzir o cognoscível a um esquema: tendem a esse objetivo os admiráveis instrumentos que construímos no curso da evolução e que são específicos do gênero humano, a linguagem e o pensamento conceitual. (...)
A história popular, e também a história tal como é tradicionalmente ensinada nas escolas, se ressentem dessa tendência maniqueísta que evita os meio-tons e a complexidade: são propensas a reduzir a torrente dos acontecimentos humanos aos conflitos, e os conflitos a duelos, nós e eles, os atenienses e os espartanos, os romanos e os cartagineses. Decerto, este é o motivo da enorme popularidade dos esportes espetaculares, como o futebol, o beisebol e o pugilismo, nos quais os contendores são dois times ou dois indivíduos, bem distintos e identificáveis, e nos fim da partida haverá os derrotados e os vencedores. Se o resultado é o empate, o espectador se sente fraudado e desiludido: num nível mais ou menos inconsciente ansiava por vencedores e perdedores, identificando-se respectivamente com os bons e os maus, porque são bons o que devem levar a melhor, senão o mundo estaria de pernas pro ar." ( Levi, Primo. Os afogados e os sobreviventes)
Um caderno cultural de um jornal que se quer sério não pode render-se ao desejo de simplificação. Sim, a Folha de SP sempre cai nele, pois ao desejo de simplificação soma-se o desejo da polêmica fácil e rasteira, aí faz-se a festa. Mas achar que é possível já fazer julgamento sobre se o sistema de cotas no país(??) deu ou não certo ( ???) é rasteiro e irresponsável demais.
Fazer um caderno inteiro sobre a questão do racismo onde a maioria dos entrevistados retira essa questão do centro do problema substituindo-a por questões de desigualdades sociais, ou de preconceitos mil, é demais.
A cor não é transparente. A opção sexual ou religiosa das pessoas, tão pouco. Diminuir esse fato é colocá-lo debaixo do tapete e perpetuar as diferenças e as violências. Há sempre uma vontade brasileira de apaziguamento dos conflitos, pautada no nosso celebrado jeitinho em uma suposta abertura, uma suposta democracia.
O homem cordial, do qual fala Sergio Buarque de Holanda, nos Raízes do Brasil, é inúmeras vezes mal lido e mal entendido como o homem gentil, que não quer briga, que deixa prá lá, do apaziguamento, que é todo afeto e amor. Que nada, está lá no Sérgio, o homem cordial é violento, violentíssimo.
É o homem, ou a mulher que chama a empregada de "da família" enquanto a coloca para trabalhar das seis da manhã às dez da noite e a coloca para dormir em um quartinho onde não caberiam os armários e lhe paga um salário de fome. É o homem que brada "você não sabe com quem você está falando?" Que bate na mulher com quem dorme. E que completa todas as suas frases com "meu querido...". "meu amor..."
A violência escondida, silenciada, mascarada é terrível. Ao meu ver, incomoda a lembrança de que sim, os negros foram açoitados, foram escravizados, são discriminados. De que sim há conflitos. Que há sim negros e brancos, que uns estão no poder desde que o Brasil é Brasil, outros não, outros foram escravos. Que as coisas são mais difíceis e complexas do que uma simples mistura.
É hora de olhar para o mundo com um pouco mais de humildade, ouvir e parar para pensar, sem que sucumbamos ao desejo de simplificação.
Em tempo: o único argumento apresentado no Caderno, que supostamente invalidaria o sistema de cotas do Brasil é o de que muitas das vagas reservadas para cotistas ficam ociosas. Toda universidade pública tem muitas vagas ociosas, esse é um problema das universidades, que não se resume às vagas para cotistas.
e sobre a questão das cotas e da declaração da ministra, leia as excelentes e lúcidas colocações feitas no Biscoito Fino, que inclusive nos deu a honra de linkar esse escrito aqui. Aqui
Essa frase do Luiz Mott é daquelas que a gente lê duas ou três vezes, achando que não é possível que o sujeito a tenha dito....
ResponderExcluirJá atualizei meu post com um link para cá. Abração, Luana.
Humildade para antes de mais tentar LER ou OUVIR direito o que a ministra disse. Depois se perguntar se era aquilo mesmo o que ela queria dizer. Se eu fiz isso direito, ela disse que A não precisa GOSTAR de B. Ninguém precisa gostar de ninguém, não é o princípio da "gostância" que está em questão. É o da tolerância. Se A não gosta de B mas o respeita e o tolera, o que de errado há? Quando ela diz a frase "embora eu não esteja incitando isso", talvez ela esteja querendo lembrar desse detalhe.
ResponderExcluirQuanto à questão das cotas, eu concordo que há injustiças históricas a serem sanadas e "pagas" aos injustiçados, mas acho que ele não é o caminho. Por que? Puro egoísmo. Fico imaginando a situação seguinte: daqui a vinte anos, quando eu tiver o meu primeiro infarto do miocárdio, alguém me levar para o pronto socorro, for o meu que estiver na reta, e eu for atendido por um médico negro, eu estarei sendo racista ao me perguntar se aquele médico que me atendeu era o mais capaz quando entrou na faculdade?
Sem o sistema de cotas, sim, estarei sendo racista. Com ele, sinceramente, acho que não.
Acho que vou acabar me arrependendo de enviar este comentário, mas vá lá. Se eu estiver sendo inconveniente, apague-o, tá Lulu.
Idelber,
ResponderExcluirpô que honra vc por aqui.
Muito obrigada, mesmo.
Também mal acreditei no Luiz Mott.
Abraço,
Luana.
eu já tinha falado isso pra lu. mas lá vai de novo. por que não há cotas pra crianças negras terem bom estudo até chegarem à universidade? acho que o preconceito ou até conceito formado só aumentam se a gente disser que há um percentual pra negros sendo que eles chegam , na maioria das vezes, de escolas não tão boas quanto os outros. e aí? como vão poder ter rendimento igual? antes que me crucifiquem, estou, sim, generalizando pq isso aqui é um comentário pra blog(não dá pra desenvolver todo o raciocínio) e sei que não há diferença de aprendizado de acordo com a cor da pele. mas há diferença se a pessoa não desenvolveu certas habilidades na idade "certa". capacidade de abstração, etc. ou seja, o melhor não seria que todos pudessem ter chances iguais de chegarem no fim do segundo grau podendo competir de igual pra igual? pra mim, cotas só na universidade é querer tapar o sol com a peneira.
ResponderExcluirDis,
ResponderExcluirvc deve sempre, com ou sem sistemas de cotas, perguntar em que faculdade o médico que está cuidando de vc se formou. Se ele se formou numa dessas caça níqueis, mesmo sendo branco de tudo, aí sim eu ficaria de fato preocupada. ... se o cara se formou de uma faculdade idônea, é porque podia se formar, pô... a questão não é essa... né?
há muito tempo parei de ler o "mais"... aliás era a unica coisa que eu ainda lia na "falha de São Paulo", justamente pelo modo simplista, rasteiro e irresponsável de lidar com certos assuntos. E mesmo que eu acreditando que raça e gênero são categorias sociais criadas e formatadas culturalmente, sei, também que isso é concreto e se colou a pele e ao sexo. Logo, escamotear essas questões é no mínimo má fé e no máximo uma perversidade cruel. Alguem falou que teria medo de se consultar com um médico negro pois desconfiaria da sua capacidade por ter (talvez) entrado no curso através do sistema de cotas... O que faz o bom profissional não é a maneira como ele ingressa no curso, mas o percurso academico... E desde quando vestibular mede capacidade e inteligencia? Tenho muito mais medo dos formados pelas unipes da vida! Sei que não será o sistema de cotas que vai resolver o problema do racismo no Brasil e nós sabemos que o buraco é bem mais em baixo!
ResponderExcluir(desculpem o tom panfletário, mas certas coisas me irritamm!!!!!)
ps- beijos Lulu
K,
ResponderExcluirde fato, amis que cotas para ensino básico e fundamental, precisamos de uma melhora radical nas escolas públicas ué....
e, dos estudos que acompanhei, o desempenho dos alunos cotistas, geralmente é acima da média. Vou procurar os dados e depois coloco aqui .
Fabiola,
ResponderExcluirObrigada por seu super comentário. É isso aí minha amiga, adorei.
Oi Lulu,
ResponderExcluirO Brasil é um país racista. Pior ainda, o mundo inteiro é racista.
Apesar do problema de racismo não ser restringido a um problema de desigualdade social, ele nunca será remediado enquanto a desigualdade existir.
Se você está andando numa rua escura e deserta de noite no Rio de Janeiro, e aparecer uma pessoa andando, você terá mais medo se essa pessoa for negra ou branca? Hipocrisia (ou alienação) não quiser que a pessoa negra causaria mais aflição, pois esse medo é baseado em um conhecido índice estatístico. O pobre rouba do que tem mais.
Imaginemos agora que se dê um jeito na sociedade (não no Brasil, provavelmente, infelizmente). Escolas públicas de qualidade, financiamento dos estudos de pessoas sem recursos financeiros, para que se chegue a uma universidade com com grau de educação e com a possibilidade econômica de continuar estudando (o que as cotas não dão). Associado a isso é necessário um projeto de educação geral da população, de incentivo à educação e de apoio psicológico.
A longo prazo teríamos uma mudança social. Visto que não existe diferença fisiológica intelectual entre negros e brancos, é natural que se tivesse uma equalização entre negros e brancos na sociedade.
Agora nesse mundo, onde os pobre são tanto brancos quanto negros, se você tiver andando de noite numa rua deserta e escura no Rio de Janeiro e aparecer uma pessoa, de quem você teria mais medo, do branco ou do negro?
Nesse momento poderemos cuidar do racismo...
Lu, já apareceu uma pesquisa por aqui que fala que os cotistas não estão redendo muito bem. Mas tbem não sei qual é a fonte e nem tenho mais isso. Mas aqui rola isso sim. Acontece tbem que a universidade tá uma merda. Se dizem que é boa e tal... Imagine as ruins! Beijoca k
ResponderExcluirLulu, perfeito.
ResponderExcluir"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos,nem dos desonestos,nem dos sem caráter, dos sem ética... O que mais preocupa é o silêncio dos bons!"
ResponderExcluirMartin Luther King.
Lulu,
ResponderExcluirExcelente texto!
O maior problema da entrevista da ministra não foi o que ela falou, mas sim, por cair numa armadilha, ter possibilitado essa manifestação de tanta gente que, racista, tenta encobrir esse fato, escamoteando a realidade, como se as coisas fossem diferentes do que são. É a forma mais usual de reação. Inverter a realidade, quase transformando quem é vítima em algoz.
A Folha de São Paulo já deixou há muito tempo de ser um jornal sério. Tá virando uma Veja diária.
Não bastasse o absurdo da semana passada, o "+Mais!" deste domingo publicou uma matéria intitulada "A Astúcia do Belo" ("psicóloga de Harvard diz que a beleza existe e é injusta"), onde aparecem as fotos de Angelina Jolie e Whoopi Goldberg.
ResponderExcluirLamentável.
Pois é, lulu, é disso mesmo que eu andei falando. Parece existir uma agenda entre os veículos de comunicação para disseminar essa visão simplificadora de inexistência de divisões raciais... e que soa como uma versão ideológica das práticas de "embranquecimento" do século passado. O jeito é a gente fazer o que pode para espalhar a dissensão...
ResponderExcluirGostei do blog. Aparecerei de novo por aqui.
Até!