e então fica um vazio, uma vontade de mais, de coisa muita, de um mundo inteiro.
Fica uma canseira e um sei lá o quê, uma tristeza estranha, uma mudez que não se domina. E então a gente espera e deixa que as horas passem para que cure, para que o vazio esfrie.
E um sábado passa.
E então, como que por espanto, o corpo se preenche de um amor pelo mundo que parece não ter tamanho, uma vontade de estar perto, uma vontade de abraçar, cheirar, viver, escrever, ser e estar plena. Como um temporal, vem, então, no final da tarde, e limpa todas as ruas da cidade. Vem, como uma música ouvida bem alto, como um belo concerto, como uma refeição perfeita, uma taça de vinho excelente, uma gargalhada que se dá, um abraço, um choro bem chorado.
Vem um amor que me deixa inteira.
Inteira. Como se nos braços de alguém, solta e louca., como uma vertigem. Como uma frase que vem e obriga a sentar e escrever, como um dito, um abraço, um vestido de caimento perfeito, uma flor na rua, um sorriso de um estranho. Como um gemido incontido, um riso abafado, um amor proibido, uma melodia perfeita, um poema inteiro que parece ter sido escrito para o agora já, um passo de dança, como uma palavra certa.
E então parece que quase não se tem corpo ou parece que ele está ali, inteiro demais, pronto para a vida, porque parece que o mundo tem pé, faz sentido e dá para dizer que sim, sim, sim.
Fica uma canseira e um sei lá o quê, uma tristeza estranha, uma mudez que não se domina. E então a gente espera e deixa que as horas passem para que cure, para que o vazio esfrie.
E um sábado passa.
E então, como que por espanto, o corpo se preenche de um amor pelo mundo que parece não ter tamanho, uma vontade de estar perto, uma vontade de abraçar, cheirar, viver, escrever, ser e estar plena. Como um temporal, vem, então, no final da tarde, e limpa todas as ruas da cidade. Vem, como uma música ouvida bem alto, como um belo concerto, como uma refeição perfeita, uma taça de vinho excelente, uma gargalhada que se dá, um abraço, um choro bem chorado.
Vem um amor que me deixa inteira.
Inteira. Como se nos braços de alguém, solta e louca., como uma vertigem. Como uma frase que vem e obriga a sentar e escrever, como um dito, um abraço, um vestido de caimento perfeito, uma flor na rua, um sorriso de um estranho. Como um gemido incontido, um riso abafado, um amor proibido, uma melodia perfeita, um poema inteiro que parece ter sido escrito para o agora já, um passo de dança, como uma palavra certa.
E então parece que quase não se tem corpo ou parece que ele está ali, inteiro demais, pronto para a vida, porque parece que o mundo tem pé, faz sentido e dá para dizer que sim, sim, sim.
lu linda da k... :-)
ResponderExcluir...
ResponderExcluirJanaína.
Lu,
ResponderExcluirAdorei seu texto, estou pensando na trilha...
bjo,
Clé
Mãos vazias
ResponderExcluirEduardo Gudin & Paulo César Pinheiro
Mal se acende a luz
Nasce o grão das ilusões
Nas mãos do sonhador
A natureza põe
Maravilhosos dons
E faz da vida
Dia de graça
E faz do tempo
A cura da desgraça
Faz da paixão
Essa magia
Depois envolve o dia
Na escuridão
E a noite reduz
A carvão as ilusões
Que o dia alimentou
Nos corações cruéis
Nos sentimentos bons
E faz da vida
A lenha escassa
E faz do tempo
Apenas a fumaça
Faz da paixão
Cinzas sombrias
Depois inventa o dia por solução
Por isso é que meu corpo e que meu coração
São urnas frias, não guardam nada, não
Meu sonhos deixaram-me as mãos vazias
Meu sonhos deixaram-me as mãos vazias
obs.: para ouvi-la, na voz de Paulo César Pinheiro, basta clicar no título.
Felicidade
ResponderExcluirLuiz Tatit
Não sei porque eu tô tão feliz
Não há motivo algum pra ter tanta felicidade
Não sei o que foi que eu fiz
Se eu fui perdendo o senso de realidade
Um sentimento indefinido
Foi me tomando ao cair da tarde
Infelizmente era felicidade
Claro que é muito gostoso
Claro que eu não acredito
Felicidade assim sem mais nem menos é muito esquisito
Não sei porque eu tô tão feliz
Preciso refletir um pouco e sair do barato
Não posso continuar assim feliz
Como se fosse um sentimento inato
Sem ter o menor motivo
Sem uma razão de fato
Ser feliz assim é meio chato
E as coisas nem vão muito bem
Perdi o dinheiro que eu tinha guardado
E pra completar depois disso
Eu fui despedido e estou desempregado
Amor que sempre foi meu forte
Não tenho tido muita sorte
Estou sozinho, sem saída, sem dinheiro e sem comida
E feliz da vida
Não sei porque eu tô tão feliz
Vai ver que é pra esconder no fundo uma infelicidade
Pensei que fosse por aí, fiz todas terapias que tem na cidade
A conclusão veio depressa e sem nenhuma novidade
O meu problema era felicidade
Não fiquei desesperado, não, fui até bem razoável
Felicidade quando é no começo ainda é controlável
Não sei o que foi que eu fiz
Pra merecer estar radiante de felicidade
Mais fácil ver o que não fiz
Fiz muito pouca aqui pra minha idade
Não me dediquei a nada
Tudo eu fiz pela metade, porque então tanta felicidade
E dizem que eu só penso em mim, que sou muito centrado
Que eu sou egoísta
Tem gente que põe meus defeitos em ordem alfabética
E faz uma lista
Por isso não se justifica tanto privilégio de felicidade
Independente dos deslizes dentre todos os felizes
Sou o mais feliz
Não sei porque eu tô tão feliz
E já nem sei se é necessário ter um bom motivo
A busca de uma razão me deu dor de cabeça, acabou comigo
Enfim, eu já tentei de tudo, enfim eu quis ser conseqüente
Mas desisti, vou ser feliz pra sempre
Peço a todos com licença, vamos liberar o pedaço
Felicidade assim desse tamanho
Só com muito espaço
obs.: para ouvi-la, na voz de Luiz Tatit, basta clicar no título.
ResponderExcluirK linda da lu...
ResponderExcluirJanaína,
pois é...
Clelia,
perfeitas as trilhas. Deliciosas, as usual.
obrigada.
Lu
Eu não fiquei sem palavras não...fiquei sem fala, sei lá, bateu lá no fundo, lá onde chamam de recôndito, lá onde a gente não vê, mas sente e sente tanto e tão intensamente que, as vezes, se dá conta que somos gente.
ResponderExcluirJanaína
Janaína.
ResponderExcluir...
obrigada.