Esse post é para uma amiga minha:
Cada um sabe o quanto dói sua dor, e ninguém sabe pelo outro. Eu não sei também, então dar palpite, opinião, falar deixa disso, levanta, sacode a poeira e vamos em frente me parece vazio, porque às vezes não é uma questão de querer, de vontade ou força de vontade. Às vezes a vida se traduz em impossibilidade absoluta.
Mas aí, e era isso que eu queria dizer, M. , a gente acha um fiapinho de força que ficou ali, escondido nalgum canto, porque a gente sabe que é um desperdício, já que estamos por aqui nesse mundo mesmo, não aproveitar o passeio. E passar pela vida triste é chato demais. Disso eu acho que todo mundo sabe. A gente passa pela vida, a vida passa pela gente, do jeito que dá, e vamos mudando, lutamos muito para que seja inteiro, eu sou muito a favor de uma vida feliz.
E não dá? Dá sim. Isso que eu queria dizer. Dá. O tempo ajuda, porque os demônios fraquejam, encolhem, dão lugar a outros, novos. Porque a gente se reconstrói, mil vezes, e ainda bem. A gente cresce e conquista.
E aí chega um dia e nos descobrimos frágeis, demasiado humanos - como diria o outro. Descobre que fez merda, que se maltratou muito, que danou-se. Mas sabe? A gente descobre que pode se refazer também, oras bolas, sempre e milhares de vezes, quantas forem necessárias, e danem-se os críticos de sempre, que atiram todas as pedras na fragilidade dos outros. Porque do nosso corpo, da nossa história, dos nossos sonhos e medos, é a gente que toma conta. E não pode deixar que destruam tudo isso. Isso que eu queria dizer: não pode.
Tá?
um beijo,
L.
Pode não ser pra mim. Mas, coincidentemente, começa com M. e eu estou passando por uma dor grandona. E serviu, serviu pra minha dor. Obrigada por publicar essa carta aqui. Realmente, só eu que sei da minha história, corpo, medos e defeitos. Muito obrigada.
ResponderExcluirMenina Eva,
ResponderExcluirfiquei tocada com o seu comentário.
Muito obrigada a você.
Um beijo forte,
Lu.