Com que roupa...
E em meio a tantos eventos sociais que abalaram o mundo, ofuscaram o Pan e calaram os afoitos, aflitos e ansiosos pelo lançamento do último Harry Potter,
a pergunta que não quer calar é....
... como se vestem e que cara têm os blogueiros???
Afinal, o que seria da revista Caras sem as fotos dos modelitos das festas?
O problema, minha gente, é que...
podem abandonar aqui todas as vossas esperanças...
puta povo normal.
Jeans, camiseta, essas coisas. A riqueza é toda interior.
Juro.
:-)
a exceção honrosa, é claro, vai para as blogueiras, que são todas lindas, maravilhosas, charmosas e tal. Bien sur.
***
O maravilhoso mundo animal.
e nesse meio tempo todo, além do mais, ganhamos um gato.
Sim, mais um gato, para fazer companhia para a Melequinha.
A história é assim: uma amiga comprou um apê, juntou os trapinhos, os livros e os gatos com o namorado. Cada um tinha três gatos. Rápido, podem fazer as contas: é gato demais.
Trata-se da mesma amiga que nos deu a Meleca. E ela liga novamente, aquele papinho enrolado; lu... ele é maravilhoooso.....
A Melequinha andava um pouco solitária mesmo. Estávamos, como todo bom casal moderno e bem resolvido, nos sentindo um pouco culpados, mesmo...
o bicho é maravilhooosoooo....
fomos pegá-lo.
A Melequinha tem já uns dois anos, acho, mas eu não sei nada de datas, então não dá para confiar. Para saber mais sobre ela, aqui, aqui, aqui, e aqui.
(depois dizem que eu não falo muito sobre a minha gata. Alguns até ousaram perguntar se eu a amo mesmo... tisc, tisc, tisc...)
Pois bem, o novo morador da casa é o Sushi.
O nome dele era Maka, mas deixaram que mudássemos e resolvemos mudar, já que Maka e Meleca seria um pouco over até para os padrões luluzísticos de escolha de nomes.
Antes de começar a contar, deixem-me esclarecer que Sushi é um gato enooormeee, e bem resolvido. Já foi castrado, já passou pela infância, sobreviveu à adolescência e virou um gatão boa praça, que gosta de colo, cafuné, whiskas e uma barriga quentinha nas noites de frio. Morava praticamente numa república hippie de gatos, e não arrumava confusão com ninguém. Ou seja, um bon vivant simpaticão.
A Melequinha nunca na vida havia visto um semelhante.
Ela foi trazida da rua muito novinha, estava sozinha sozinha e, desde então, reinou soberana pela casa. Filha única, ração importada sabor salmão com arroz, mais princesinha que a dona. Sério. A Meleca tem que ter duas caixas de areia: uma para o cocô ( porque a gata da Lulu faz cocô, não caga - é claro) e outra para o xixi. Quando compramos um espelho de corpo inteiro já foi um choque: a Meleca se olhava sem parar, se estranhava, arranhava a sua imagem, a maior crise do espelho, para Lacan nenhum botar defeito, Doni!
Como o Sushi receberia a Melequinha?
Pairava uma tensão no ar, nuvens de ansiedade sobrevoavam o apê da lulu.
o Sushi chegou numa casinha, e não saiu de lá por muitas horas. Afagos, comidinhas, nada foi suficiente. O gatão se enroscou lá dentro e não saía por nada. A gata estranhou, ficou olhando de longe. Lá pelas tantas, o cara arriscou: colocou o focinho para fora e resolveu finalmente dar os seus primeiros passos.
Vejam bem: a Meleca é uma gata pequenininha, pesa no máximo uns três quilos. O Sushi é um gatão enorme, sei lá, tem pelo menos o dobro do peso da Melequinha. Adivinhem quem espantou quem?
A gata se arrepiou inteira, ouriçou todos os pêlos do seu corpinho jovem, mostrou toda a sua dentadura e o pobre do Sushi voltou correndo para a sua casinha. Logo os territórios estavam demarcados: o Sushi ficou com a sala, a gata, com o resto da casa inteira. Ai dele, se tentasse entrar no nosso quarto, por exemplo.
E o gato nem se mexia, coitado, a Meleca montando guarda e cuidando do que sempre fôra dela.
Fomos dormir. Haviam dito que demorava uns três dias para que os bichos se acertassem. Amanhã seria outro dia.
Na manhã seguinte, acordei cedo.
Ansiosa, fui checar os bichos.
A Meleca apareceu logo, toda faceira, se enroscando em mim, brincando pela casa inteira.
Algo estava errado.
A gata estava feliz demais.
Como assim andando pela casa inteira? Cadê o Sushi?
O Sushi havia sumido.
sete da manhã, o Filipe é acordado: "o sushi sumiu..."
vasculhamos a casa inteira. Nada do bicho aparecer. Um nervoso, a gata contente da vida.
Teria a Melequinha comido o Sushi?
Não era possível. Quem saiu de casa? Reconstituímos todos os passos... Havia uma ou outra possibilidade de fuga. Nos culpamos, apontamos dedos, um horror.
Telefonamos para os vizinhos, ninguém havia visto o bicho.
Fazia frio em São Paulo, chovia lá fora, eu já imaginei o pobre bichano, embaixo de alguma ponte, molhado, friorento e solitário, pensando na injustiça da vida...
Descemos, nos molhamos, demos voltas no quarteirão.
Pegamos o carro, saímos como loucos, bancas de jornal, botecos, guardas de rua, todos foram inquiridos, ninguém havia visto o Sushi...
Ele havia sumido. Stress total.
"Aquela hora que você abriu a porta..." " pô... somos uns merdas.. o bicho não durou nem um dia em nossas mãos..." "não conseguimos cuidar nem de um gato..." crise. Choro. Nervoso. Liguei para a minha amiga, ninguém atendeu, achei melhor deixar um recado discreto, notícias assim não podem ser dadas por secretária eletrônica.
Tinha um compromisso, saí meia hora atrasada, em meio à chuva e ao frio, cheguei uma hora atrasada, lágrimas nos olhos e um profundo sentimento de aflição. O Filipe também tinha que sair, nos despedimos cupados, tristes, envergonhados, mal trocamos olhares.
Voltei para casa. Kátia, a nossa faxineira me recebeu com um olhar consternado:
- Sim Lu, já soube... é como se alguém tivesse deixado uma criança com vc e vc tivesse perdido o menino... horrível...
Naquela hora, quis morrer.
Não me restava nada a não ser ligar de novo para a Helena. Tinha que ser forte, dar a notícia, pedir desculpas e contar com a generosidade e o perdão da minha amiga.
Liguei. O telefone tocava. Ela atendeu. Frio na barriga.
- Hê... perdi o seu gato....
- Como assim, Lulu?
- Perdi Helena! Eu sei!! é um horror, somos uns bostas, eu sei... vc nunca mais vai confiar em mim, desculpa... passei a manhã inteira procurando o bicho, já avisei o bairro inteiro, vou fazer uns cartazes... mas acho que não vai ter jeito. Lê... cê me perdoa?
- Lulu, vc procurou bem?
- Claro que procurei!!! Vasculhamos o apartamento inteiro!
- mas como ele pode ter saído?
- sei lá! pulou pela janela, correu sorrateiro. Desculpa Helena... eu não mereço ter bichinho nenhum...
- Lulu, os gatos se escondem mesmo. Eles se desintegram pela casa. Olha, se ele fugiu, fugiu, paciência, não precisa ficar assim, ele será um feliz gato de rua, era o destino dele, sei lá. Mas olha bem na sua casa...
Eu olhava para o meu pequeno apartamento, desolada. A Helena estava se enganando. É claro que o gato havia fugido.
-Lulu, um dos gatos que estava aqui, ficou três horas sumido, fomos encontrá-lo embaixo da máquina de lavar roupa. Faz uma procura com cabo de vassoura, sério. E fica calma, não é para tanto.
- Tá, vou procurar de novo, mas olha Lê, acho difícil. ... não quero que vc alimente esperanças falsas, tá? vai se acostumando à idéia... e olha, me desculpa não sei nem o que dizer.
- tá lu, mas olha bem, em todos os cantinhos.
Desliguei o telefone. A Meleca circulava contente pela casa. Para lá e para cá. Nem sinal do Sushi, até que... vejo a geladeira. Olho a geladeira. Observo-a bem.
Há um pequeno espaço, entre a geladeira e o chão. Pequeno, nem meu braço entra, quanto mais um gato. A Helena havia mandado que eu procurasse, era melhor, ao menos nessa hora, obedecer a minha amiga.
Me abaixei, olhei.
Debaixo da geladeira, no canto mais escondido, escuro e quente da casa, dois olhos felinos me observavam.
Sim. O Sushi estava lá.
Era praticamente uma caverna. E lá estava o gato.
O sol voltou a brilhar, o mundo fez sentido novamente e a gata apareceu logo, para mostrar suas garras e dentes para o pobre do Sushi.
Liguei para a Helena, que não parava de rir. Meus olhos se encheram de lágrimas, ao poder dar a notícia: Helena, seu gato vive. embaixo da minha geladeira.
O sushi continua lá, embaixo da geladeira.
Estamos no segundo dia.
A gata anda feliz pela casa.
ai, ai...
Sim, jeans, camiseta, blusão, tudo folgado num corpo com sérias aspirações a ficar roliço.
ResponderExcluirSobre o Sushi: o motor da geladeira é quentinho. Não está frio por aí? Aqui no sul está. Muito.
Meleca, Sushi, dá para mudar o nome de um gato? Ele não sabe quem ele é, não possui identidade?
Beijo.
Todo grupo de gatos tem um que é o dominante, que manda no pedaço. Aos outros, resta a opção de obedecer. Ou então brigar. Se não der pra resolver na briga, algum tem que se mandar. Foi o que aconteceu aqui em casa. Tínhamos 7. Foram pintando, a partir de uma matriarca, depois 3 filhotes e depois 3 netinhos. Só aí caiu a ficha da castração.
ResponderExcluirGato, aqui em casa é bicho livre. Eles tem liberdade de ir e vir. Só não entram dentro de casa. Tem quintal e jardim enormes pra eles ficarem. E tem um bairro maior ainda, cheia de árvores e terrenos e buracos para eles se enfurnarem.
Dos sete, um morreu atropelado, a gente viu o corpo. E três sumiram. Cada um de um jeito, cada um, uma história. Velhice, fome, disputa de terra, sei lá. Sei é que ficaram 3. Esses, só saem das nossas vistas quando chega visita. Tem gente que acha que é invenção nossa, já que nunca os viram em casa. Eles somem, simplesmente, e reaparecem 15 segundos depois que a visita foi embora.
Dos 3, um deles é o dominante. Só não sabemos quem é. Mas eles devem saber.
Waouh!
ResponderExcluirMeow!
até aí tudo bem, mas que roupa alguém usa?
Mas esse blog não era pra ser n~zo-cofessional, intimista ou coisa assim?
tendi não.
;-))
bj
ahauhauahuahua, cheguei a prender a respiração pelo suspense do final da história. gente, tadinho do sushi, rolou uma solidariedade total com ele. eu queria muito outra gata e outro cachorro. mas aí eu perco o marido. =] bjs
ResponderExcluirEsse gato é muito louco... ou muito esperto. pra que chegar desafiando não ´´e mesmo? mas aposto que os dois se acertam sim, lu.
ResponderExcluirBeijo
Miranda.
oi Lulu, 1a. vez de comento aqui. Morri de rir, coitado do Sushi. Espero que ele e a Meleca se entendam logo ;)
ResponderExcluirFiquei aliviada, já estava aflita em pensar no gato perdido.;0)
ResponderExcluirAqui em casa são dois: Malcom X e Chiquinha, lindos, pretos e carinhosos.
Destruiram umas coisas esses dias, mas tudo culpa da solidão: agora eu e meu colinho estamos de volta e eles estão bem.;0)
Bem, "a nível de" vestuário, eu diria que eu sou absolutamente casual, no sentido de que a roupa que casualmente aparecer em mim depois que eu sair do guarda-roupa é a que vai. Mas eu não posso me queixar, às vezes ela já está até passada.
ResponderExcluirQuato a gatos, eu sou doido para ter um. Mas eu sei que gatos são flexíveis e voluntariosos. Já assisti um vídeo de um gato que passava debaixo da porta, feito um envelope.
No mais, sua aventura me lembrou uma deliciosa - e triste - música da Joyce, chamada "Minha Gata Rita Lee".
Bises.
Hilária a sua história, Lulu! Ou seria melhor dizer tragicômica, em consideração à sua aflição e desespero?!
ResponderExcluirTambém me lembrei desta canção, gravada no CD Revendo amigos [Joyce, 1994], com a seguinte observação, no encarte:
“Uma história verídica de uma gata de verdade, onde qualquer semelhança com seres humanos terá sido mera coincidência, cantada pela dona da gata, Clarinha.”
Eu diria: onde qualquer semelhança com seres humanos terá sido homenagem...
Clique no título pra ouvi-la:
Minha gata Rita Lee
Joyce
Quando você chegou lá em casa
Foi coisa tão inesperada
Ali na porta abandonada
A nos pedir casa e comida
Magrinha, magrinha, arrepiada
De pêlo vermelho e olhos de fome
Eu não podia mesmo te dar outro nome
Rita Lee
E assim você foi adotada
Por todos nós, alegremente
Oscar morava já com a gente
Era igualmente um vira-lata
E apesar de serem cão e gata
Jamais houve dois mais companheiros
Jamais dois amigos assim verdadeiros
Nunca vi
Ah, Rita Lee
Por onde é que anda Rita Lee?
Sem pai nem mãe, sem pedigree
Imprevisível Rita Lee
Ah, Rita Lee
Por onde é que anda Rita Lee?
Sem pai nem mãe, sem pedigree
Imprevisível Rita Lee
Passava o tempo descuidada
Sempre inventando brincadeiras
Saltos mortais de mil maneiras
Deixando a gente distraída
E assim ninguém viu sua saída
Talvez só o Oscar tenha notado
E a noite engoliu as tuas sete vidas
Rita Lee
Ah, Rita Lee
Por onde é que anda Rita Lee?
Sem pai nem mãe, sem pedigree
Imprevisível Rita Lee
Ah, Rita Lee
Por onde é que anda Rita Lee?
Sem pai nem mãe, sem pedigree
Imprevisível Rita Lee
Espero que o Sushi conquiste a Meleca (adorei os nomes!), ou vice-versa...
Bjo,
Clé
Princesa foi a matriarca dos nossos gatos. Pariu seus 3 filhotes numa caixa de papelão, em nossa lavanderia, assim que nos mudamos pra Valinhos. Desta primeira leva: Chicão (pretinha, amarela & branca, que pensávamos ser menino); Tom & Mel (que achávamos ser menina), ambos amarelos, como a mãe. Ao descobrirmos os verdadeiros sexos, levando-os à veterinária, mantivemos os respectivos nomes. Chicão, antes de ser castrada, teve também 3 filhotes: Zeca, Quinho (de branquinho) & Léo, todos amarelos, como a avó. Dos 7, hoje, restam apenas Chicão, Mel & Zeca.
ResponderExcluirMilton querido,
ResponderExcluirpois é... depois todo mundo ficou achando que a idéia da geladeira era elementar... mas....
a gente vive mudando os nomes dos gatos, sei lá como fica a identidade de cada um!! com essa dona, certamente fica em crise.
um beijo,
Lulu.
Arnaldo,
adorei a história dos gatos de vocês. Depois gostei mais ainda de ouvir essa mesma história contada pela Clelia, :), e ver como mesmas histórias rendem narrativas tão diferentes. que lindo.
Meg,
minha querida meg...
ah, minha amiga, o seguinte é o seguinte: a crise passou, graças, e eu desencanei, ué!!! porque quando decidi que não ia mais ocntar da vida, simplesmente não tinha nada para escrever,então... :)
fiquemos por aqui, do jeito que sair, saiu, não é mesmo?
CRIS,
vc não sabe a negociação que foi aqui em casa, esse negócio de bicho, desde o primeiro!! agora, é o filipe que fica mais derretido!
vc num vinha prá sp?
beeeijos
lu.
MIRANDA,
sim meu querido, eles se acertam. :)
BRUNA!
bem vinda!:)
VIVIEN,
quero conhecer o Malcom e o Chicão!! sim, eles são carentes.
um beijo grande em vc.
MARCOS
vc é estiloso!! é verdade...
putz, vc ia amar ter um gato. ]eu ainda não acredito que o sushi entrou lá no vão da geladeira, é quase que fisicamente impossível. a maravilhosa da CLELIA já me fez conhecer a música, que eu desconhecia.
e só a CLELIA para adorar esses nomes esdrúxulos que a gente coloca nos nossos bichos!!
:)
beijos grandes a todos,
com todo meu carinho,
lu.
Pois é, Lulu, esquecemos de dizer que a Princesa é(era) uma gata de rua, que circulava nossa casa, nosso quintal... Achávamos, inclusive, que ela era "ele" (não damos uma dentro com os sexos dos bichos! percebeu?) e seu nome foi dado pela Cê, assim como os dos 3 filhotes (homenagem ao Chico & Tom). Nunca tínhamos tido bicho de estimação. Foi nossa primeira experiência! É muito legal poder acolher um (ou mais) bicho(s)... Ela acabou nos deixando, não sabemos por quê. Já estava velhinha, perdendo os dentes. Uma vez, a veterinária nos disse que, às vezes, o animal se afasta pra morrer longe de casa. Não sabemos se foi isso o que aconteceu. Sinto saudade dela. Arisca, desconfiada, mas carente, afetuosa. Eu era a única, aqui em casa, que a pegava no colo. Prin, por onde você andará...?
ResponderExcluirOutro esconderijo provável pro Sushi. A Chicão, outro dia, qdo conseguiu entrar em casa (às vezes, eles aproveitam uma porta aberta!), foi direto pro quarto da Cê e se escondeu atrás dos livros, na estante. Como o móvel é escuro, como ela, só se via seus olhinhos brilhantes... (gata escondida com olhos de fora!)
ResponderExcluirOh ma chérie,
ResponderExcluirque bom, que bom, que bom!
Mas sabe porque fiz essa pergunta?
Era para ver se materializar um resposta não para mim, mas para você mesma.
Sorry, ma p'tite:-0)
M.
Beijo
Obs.: Esta foto, linkada no meu comentário anterior, não é da Chicão. Peguei-a na Internet. Chicão é pretinha (mesclada com branco & amarelo), não marrom.
ResponderExcluirbjo