segunda-feira, 23 de julho de 2007

trecos da vida

Andei oscilante, muito oscilante em relação ao meu escrever aqui. Em dúvida séria em relação a esse diário dessa lulu que vem, veio aqui, durante meio ano, escrever diariamente. Essa lulu que foi cada vez aparecendo mais, se mostrando mais. Que teceu amizades, firmou laços, criou até vícios, espantou, se emocionou, se conheceu, se divertiu muito, por aqui. Se assustou, cresceu. Que conheceu, se conheceu, fez e refez, por aqui. Palpitou um monte, de coisas que entendia e do que não entendia também.

A lulu que, principalmente, ajudou um monte a Luana que a criou.
E as duas foram se aproximando, aproximando, aproximando.
Uma ajudando a outra.
Alimentando a outra, descobrindo a outra.

Porque a Luana, essa tal de Luana, precisa mesmo escrever. Faz um bem danado para ela, a lulu a ajudou a perceber o quanto é importante. Escrever, diariamente. Sim, tem que ser diariamente, porque a Luana é assim, se for escrever só quando tem vontade, ela acaba escondendo a lulu, que fica desaparecida, e não escreve nunca.
E escrever ajuda a Luana, do mesmo jeito que ginástica. ajuda a ficar melhor, mais inteira, sei lá, achar os contornos de si mesma, sei lá.


E as duas foram caminhando, em suas vidas e espaços. Quem conhecia a Luana, achou um monte de coisa da lulu. Achou a lulu mais normal que a Luana, achou que a lulu escreve bem, achou a lulu mais descolada que a Luana, achou um monte de coisa. Quem conhecia ou conhece só a lulu, sei lá o que ficou pensando da Luana. :)



E algumas pessoas queridas que conheciam a lulu, nas últimas semanas, conheceram a Luana. Encontros muito bacanas, mesmo. Começou com a Meg, em Belém, passou por uma semana de agitos, e culminou no lançamento. ( Aqui, aqui, aqui., sobre o lançamento, xeretar por aí...:) )
E no lançamento, cheguei tarde, não conheci o Adirti nem o Lord ( que penas!!), mas conheci um monte de gente e reafirmei a admiração e o carinho por outras. Quem sabe, sabe.


E as duas que se aproximavam, aproximavam, aproximavam, acabaram meio juntas. A lulu e a Luana.
E daí? pergunta o leitor....


e daí que deu tchult na minha cabeça.


e eu até tomei uma resolução, de fazer um blog onde não houvesse espaço para muitas pessoalidades.
um lugar de resenhas e reflexões, sobre as mesmas coisas de sempre, mas onde a Luana e sua vida não aparecessem tanto.


e daí? pergunta o leitor que teve paciência de chegar até aqui.

daí que eu fiquei travada para escrever, pela primeira vez.

porque as vidas se misturam. E as resenhas e reflexões, ao menos por enquanto, se misturam também à vida.
E as vidas daqui e dali se misturam. Não tem jeito.

embora a lulu não seja a Luana.
não que eu saiba quem é a Luana.
Não sei também, não sei nem se ela existe.

de qualquer jeito, continuamos as duas, as várias, por aqui.

exercendo o contínuo desencanamento, e procurando nos divertir.
do jeito que for.
com coragem para ser fiel a nós mesmas, todas, e aos nossos desejos.

a crise de esquizofrenia já está passando.

voltaremos à nossa programação normal.
até a próxima crise.

e talvez seja na soma dos personagens de nós que a gente se faça e construa.

beijos a todos,

desculpem todos os maus jeitos.
voltei para valer.


Lulu.

( outro post sobre crise de imagem, aqui)

8 comentários:

  1. Um prazer enorme conhecer você! Uma pena não termos conversado tanto...

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  2. Lulu/Luana,

    Foi o que me ocorreu, lendo o seu último post (clique no título pra ouvir):

    Texto de Fernando Pessoa
    [declamado por Maria Bethânia, no CD Pássaro da Manhã (1977) / fundo musical: “Até pensei”, de Chico Buarque]

    Conta a lenda que dormia
    uma Princesa encantada
    a quem só despertaria
    um infante, que viria
    de além do muro da estrada.

    Ele tinha que, tentado,
    vencer o mal e o bem
    antes que, já libertado,
    deixasse o caminho errado
    por o que a Princesa vem.

    A Princesa Adormecida,
    se espera, dormindo espera,
    sonha em morte a sua vida,
    e orna-lhe a fronte esquecida,
    verde, uma grinalda de hera.

    Longe o Infante, esforçado,
    sem saber que intuito tem,
    rompe o caminho fadado,
    ele, dela ignorado,
    ela, para ele ninguém.

    Mas cada um cumpre o destino
    ela dormindo encantada,
    ele buscando-a, sem tino
    pelo processo divino
    que faz existir a estrada.

    E, se bem que seja obscuro
    tudo pela estrada afora,
    e falso, ele vem seguro,
    e vencendo estrada e muro,
    chega onde, em sono, ela mora,
    e, inda tonto do que houvera,
    a cabeça, em maresia,
    ergue a mão, e encontra hera,
    e vê que ele mesmo era
    a princesa que dormia.


    Até pensei
    Chico Buarque/1968
    [Intérpretes: Maria Bethânia
    e Nana Caymmi & Chico Buarque]

    Junto à minha rua havia um bosque
    Que um muro alto proibia
    Lá todo balão caía
    Toda maçã nascia
    E o dono do bosque nem via

    Do lado lá tanta ventura
    E eu a espreitar na noite escura
    A dedilhar essa modinha
    A felicidade
    Morava tão vizinha
    Que, de tolo,
    Até pensei
    Que fosse minha

    Junto a mim morava a minha amada
    Com olhos claros como o dia
    Lá o meu olhar vivia
    De sonho e fantasia
    E a dona dos olhos nem via

    Do lado de lá
    Tanta ventura
    E eu a esperar pela ternura
    Que a enganar nunca me vinha
    Eu andava pobre
    Tão pobre de carinho
    Que, de tolo,
    Até pensei
    Que fosses minha

    Toda a dor da vida
    Me ensinou essa modinha
    Que, de tolo,
    Até pensei
    Que fosse minha

    Quer Lulu, quer Luana, continue(m), sim, escrevendo... Adoro seu blog!

    bjão,
    Clé

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  3. Acho que somos sempre vários. Às vezes muitos. Luana e Lulu são apenas duas facetas de uma mesma pessoa, além das prováveis outras que só você conhece. Lulu e Luana são as facetas que você permite que sejam reveladas, que sejam públicas. Solte-as e guarde aquelas que você não quer mostrar. Todos nós temos direito aos nossos segredos.

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  4. nussa!
    que confuzione!
    :>)
    sabe o que aconetceu? tou fumando mais!!!
    ;>)

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  5. DONI,
    o prazer foi todo meu. Fiquei cm tanta vergonha,que nem puxei mais papo, mas gostei também de conhecer vc!
    :)

    CLELIA,
    os seus comentários dão uma alegria tão grande que eu até esqueço que sua mãozinha tá machucada e a senhorita num pode digitar...
    :)
    um beijo enorme!


    ALEX!
    olha o roto falando do rasgado.. HUMPFT!

    ARNALDO,
    pois é... vc entendeu bem o espírito da coisa...

    BIA!
    bota confusão nisso! A lulu e a Luana já são confusas por natureza, quando tentam organizar a confusão então...
    :)
    tá fumando mais, é....? também... com o charme que é seu isqueiro..
    :)
    um beijo bem grande,ligue quando vier a são paulo.
    Lu.

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  6. Lu/Lulu/Luana

    Ler o que a Lulu escreve é demais! (Exceto a critica negativa a Lost in Translation qu eeu nao engulo rsrs), e sabe o que é mais legal ainda? Perceber os fragmentos de Luana que existem nos escritos. Acho impossivel dissociar uma da outra, no meu blog falei sobre isso lembra? Davi/Miranda e hoje depois de muito refletir descobri que eu não consigo ver mais diferença entre um e outro.

    Continue a escrever, sobreo que quiser, como quiser e expressando o ponto de vista da Lulu/Luana,eu já aprendi a gsotar demais das duas

    beijo
    Miranda

    P.S ainda com saudades de suas visitas...

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  7. Lu(s),

    'tô sinistra... a mão direita fica quietinha, descansando na tipóia ou no meu colo (qdo me encho dela!).

    Quis escrever, pra te dizer que continue aqui, na blogosfera, partilhando com a gente seus textos, suas aulas, suas leituras, seus encontros, descobertas, reflexões e as facetas que quiser nos revelar (como disse o Arnaldo)...

    bjo gde,
    Clé

    PS: Escrevi 2 posts novos, depois do recesso, vá lá ver. Recebi, inclusive, visita da Meg, no meu blog...

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