segunda-feira, 28 de maio de 2007

Alguns links, sobre a greve na USP

Em primeiro lugar, olha que bacana a programação de greve que fizeram na Letras :

Atividades de Greve nas Letras - FFLCH/USP

Dia 29/5, terça-feira:
10h - ASSEMBLÉIA GERAL DA ADUSP
19h- "O Direito à Literatura", por Roberto Zular

Dia 30/5, quarta-feira:
10h- Formação do romance inglês, por Sandra Vasconcellos

Dia 31/5, quinta-feira:
10h- Poesia e participação, por Ivone Daré Rabello
19h- [tema a definir], João Adolfo Hansen

Dia 1/6, sexta-feira:
10h- Violência e melancolia, por Jaime Ginzburg

Dia 4/6, segunda-feira:
10h - "O louvor como vitupério", por Paulo Martins
19h- "Dom Casmurro", por Luiz Roncari

Dia 5/6, terça-feira:
19h- "O Auto da Barca do Inferno", por Flávia Corradin e Francisco Maciel Silveira

Dia 6/6, quarta-feira:
10h- Cervantes, por Maria Augusta da Costa Vieira
19h- "A Cidade e as Serras", por Helder Garmes

Dia 11/6, segunda-feira:
10h- Oswald de Andrade, por Maria Augusta Fonseca
19h- "Poemas Completos de Alberto Caeiro", por Adma Fadul Muhana

Dia 12/6, terça-feira:
10h- Teatro político no Brasil, por Cláudia de Arruda Campos
19h- "Iracema", por Eduardo Vieira Martins

Dia 13/6, quarta-feira:
10h - "O Áporo de Drummond", por Betina Bischof
19h- "Vidas Secas", por José Miguel Wisnik

Dia 14/6, quinta-feira:
10h - "Baudelaire", por Viviana Bosi
19h- "Sagarana", por Yudith Rosembaum

Dia 15/6, sexta-feira:
19h- "Memórias de um Sargento de Milícias", por Cilaine Alves da Cunha



Além da idéia louvável de fazer uma programação durante a greve, para que greve não vire férias e o prédio não esvazie e as pessoas não sumam, a programação está de lamber os beiços. As aulas acontecem na sala 107 do prédio da Letras e estão abertas para todo mundo, inclusive a programação noturna é pensada para alunos que estão se preparando para o vestibular. Achei bacana.
Que vontade de ir a tudo! eu, que não vou a nada, porque trabalho, trabalho, trabalho...


Depois, dois blogues interessantes cobre o tema:

Esse: Autonomia e justiça
do professor Paulo Martins, professor do departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, da Letras da Usp - de onde, aliás, eu tirei a programação da Letras.
E esse: Ocupação que é o blog dos próprios estudantes.




Na vontade de ter um tempo para estudar e escrever mais sobre tudo isso, com calma.

Lulu.

E agora todos parem tudo porque o Idelber excede, de novo ( !! :-) ) e escreve o post que eu gostaria de ter escrito, pronto, assumo.

Vão lá, que o biscoito é fino, e a massa, muita.

E aqui, a Meg levanta a questão por um outro lado.
***

E sobre a questão do utilitarismo e da utilidade das universidades, sobre qual a sua vocação, reproduzo aqui trechos de uma entrevista interessante com o Professor Brito Cruz, que saiu na folha de SP, no sábado. O link para a matéria inteira é esse aqui. Os negritos nas respostas são meus.

FOLHA - Fala-se muito hoje em interação universidade-empresa. O caminho é esse?
BRITO CRUZ -
Raramente dá certo usar pesquisadores da universidade para resolver problemas para os quais a empresa precisa ter uma solução na semana que vem ou no semestre que vem. Essa interação precisa ser vista pela empresa como forma de ela entrar em contato com a fronteira do conhecimento. Não se trata de uma substituição de atividades de pesquisa que a empresa precisaria ter e não tem.

FOLHA - O ambiente para inovação existente hoje no Brasil é saudável?
BRITO CRUZ -
Eu vejo com alguma preocupação o panorama atual da ciência e da tecnologia no Brasil. Tem se intensificado uma concepção equivocada que chamo de utilitarismo da pesquisa acadêmica. Isso é fruto de uma conjunção. Pessoas da própria universidade, às vezes do governo e da própria imprensa acabam esperando muito pelos resultados utilitários da pesquisa acadêmica. Mas o que temos de valorizar é o avanço do conhecimento humano. Não seguir nessa direção nos traz dois tipos de perigo. O utilitarismo de direita, que pretende valorizar a pesquisa que se faz nas universidades pela sua contribuição para a indústria, e o utilitarismo de esquerda, aquele que dá valor para a resolução de certos problemas nacionais: desigualdade, segurança, pobreza, etc...

FOLHA - A universidade, portanto, não faz parte da solução desses problemas?
BRITO CRUZ -
Todos esses problemas são relevantes para o desenvolvimento do Brasil, não ponho isso em xeque nenhum minuto. Mas é um equívoco esperar que a universidade traga a solução. O desenvolvimento tecnológico é a indústria que precisa resolver, com a construção de seus centros de pesquisa. As questões candentes da agenda nacional precisam ser tratadas pelo Estado brasileiro por instrumentos criados por ele, como institutos de pesquisa com missão dirigida.

FOLHA - A missão da universidade, então, está desvirtuada?
BRITO CRUZ -
Quando se olha a universidade de forma muito utilitária perde-se de vista que a missão fundamental da universidade é fazer avançar o conhecimento e educar os estudantes. Essas atividades são relevantes em si. Não temos de ficar perguntando para que serve a aquela pesquisa, que problema ela vai resolver. Que utilidade tem descobrir que a idade do Universo é 13,7 bilhões de anos? Se procuramos utilidade disso em termos de geração de empregos, não vamos achar.
Responder a perguntas sobre a literatura, por exemplo, apenas a academia pode fazer. Nenhuma indústria vai querer estudar isso. A universidade no Brasil precisa recuperar a convicção, que já teve um dia, de que avançar o conhecimento e educar bem os estudantes é a contribuição que a sociedade espera dela. As pessoas, depois, podem ser usadas tanto na indústria quanto nos institutos públicos.

São Paulo, sábado, 26 de maio de 2007. Folha de SP, Caderno Ciência.

3 comentários:

  1. oi, lulu. tenho acompanhado a discussão sobre a USP aqui e no idelber e gostaria da tua permissão pra reproduzir essa entrevista, já que o link da uol é restrito a assinantes. um bj

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  2. Ué, Cris,
    claro que pode!

    Eu não sei se eu podia reproduzir a entrevista aqui, mas como é só um aaprte, achei que tudo bem, fica à vontade, ué ( se quiser, te mando a entrevista toda por e-mail)!

    Beijos,
    lu.

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