Eu que queria tanto ter certezas, lavar carro aos domingos, torcer pro corinthians, achar o mundo bom e essas coisas.
Queria tanto saber de uma linha bem reta e segura para seguir na vida, sem nem piscar nem olhar pros lados.
Vivo na maior incerteza, a cada dia me refaço e aprendo o mundo inteiro de novo, olho pr´atodos os lados e mal sei prá onde vou. Às vezes mal me reconheço e raramente sei me explicar. E acho isso bacana, construo meus valores, revejo-os, me abro, desarmo e armo, não passo regras a ninguém, busco uma felicidade, um estar bem, e vou buscando, aprendendo na linha torta da vida.
E fui aprendendo que obscena é a certeza cega, que não percebe o outro e não se indaga nunca, que é fundamentalista a certeza absoluta, incapaz de empatia pelo que é radicalmente diferente, estranho, outro. Foi uma pessoa querida e importante que me disse isso, quando eu estava com o peito opresso, doído de angústia. Porque a certeza do outro me abate ainda. Porque eu fico achando que não sei nada. Porque a própria vida incomoda os outros e eu me incomodo ainda em incomodar. E, pior ainda, aqui entre nós, tem gente que se incomoda mesmo até com a felicidade alheia. Porque tem gente que aponta o dedo, estufa o peito e diz: isso é errado, isso é imoral, isso sei lá o quê, e diz vai pro inferno, pra cadeia, pro quartinho, pra zona, vai pegar doença, vai se dar mal. Gente que se incomoda horrores com a vida dos outros, que não agüenta caminhos diferentes e adora jogar uma pedra.
Buscar um caminho próprio de felicidade às vezes parece tão difícil, mas é melhor do que ficar frustrado, arrependido, magoado.
Incômodo é quem sai da linha, decide por andar para trás ou para os lados. E eu me acho às vezes tão incômoda que me curvo e a mesma pessoa me falou que nosso caminho é saber viver na incerteza, porque ela é uma espécie de resguardo da dignidade, contra os fundamentalismos, esses sim obscenos.
Que nossa moral, nossa ética, nossas explicações para o mundo, nosso ser e existência não são dados nem explicados de antemão, fazemos e criamos o que somos, e é difícil, mas isso também significa liberdade.
Então às vezes, quando fraquejo e vejo em mim uma vontade de certezas, uma insegurança para a vida e mesmo, mesmo uma faltinha de coragem, para, depois de um diálogo interno, saber o que eu acho certo e errado e enxergar e poder falar e mesmo combater a obscenidade da certeza alheia, quando fraquejo me lembro que não, que a liberdade foi conquistada e que é para se atirar no mundo, mesmo sem saber.
Queria tanto saber de uma linha bem reta e segura para seguir na vida, sem nem piscar nem olhar pros lados.
Vivo na maior incerteza, a cada dia me refaço e aprendo o mundo inteiro de novo, olho pr´atodos os lados e mal sei prá onde vou. Às vezes mal me reconheço e raramente sei me explicar. E acho isso bacana, construo meus valores, revejo-os, me abro, desarmo e armo, não passo regras a ninguém, busco uma felicidade, um estar bem, e vou buscando, aprendendo na linha torta da vida.
E fui aprendendo que obscena é a certeza cega, que não percebe o outro e não se indaga nunca, que é fundamentalista a certeza absoluta, incapaz de empatia pelo que é radicalmente diferente, estranho, outro. Foi uma pessoa querida e importante que me disse isso, quando eu estava com o peito opresso, doído de angústia. Porque a certeza do outro me abate ainda. Porque eu fico achando que não sei nada. Porque a própria vida incomoda os outros e eu me incomodo ainda em incomodar. E, pior ainda, aqui entre nós, tem gente que se incomoda mesmo até com a felicidade alheia. Porque tem gente que aponta o dedo, estufa o peito e diz: isso é errado, isso é imoral, isso sei lá o quê, e diz vai pro inferno, pra cadeia, pro quartinho, pra zona, vai pegar doença, vai se dar mal. Gente que se incomoda horrores com a vida dos outros, que não agüenta caminhos diferentes e adora jogar uma pedra.
Buscar um caminho próprio de felicidade às vezes parece tão difícil, mas é melhor do que ficar frustrado, arrependido, magoado.
Incômodo é quem sai da linha, decide por andar para trás ou para os lados. E eu me acho às vezes tão incômoda que me curvo e a mesma pessoa me falou que nosso caminho é saber viver na incerteza, porque ela é uma espécie de resguardo da dignidade, contra os fundamentalismos, esses sim obscenos.
Que nossa moral, nossa ética, nossas explicações para o mundo, nosso ser e existência não são dados nem explicados de antemão, fazemos e criamos o que somos, e é difícil, mas isso também significa liberdade.
Então às vezes, quando fraquejo e vejo em mim uma vontade de certezas, uma insegurança para a vida e mesmo, mesmo uma faltinha de coragem, para, depois de um diálogo interno, saber o que eu acho certo e errado e enxergar e poder falar e mesmo combater a obscenidade da certeza alheia, quando fraquejo me lembro que não, que a liberdade foi conquistada e que é para se atirar no mundo, mesmo sem saber.
a liberdade tem que ser conquistada todos os dias de novo, né!
ResponderExcluirparece mais fácil achar um sorriso alheio pra colar na cara e sair por aí se fazendo de feliz
mas os sorrisos e as explicações alheias não colam direito no rosto de quem tem o espírito livre!
bjo
:)
Sobre liberdade eu diria livre arbítrio.
ResponderExcluirE sobre refazer-se, recomeçar e incertezas eu diria este poema:
Angustia
A vida se refaz
a cada dia,
todo recomeço
sufoca meu peito,
a ânsia e o medo
do escuro, do branco,
da felicidade imediata.
Vomito palavras,
meu desejo é que o desnexo
cesse minha fúria,
que entre a insanidade
eu recobre minha loucura
e volte a ser gente normal
e dance aquela valsa
e ria de minha cara
e esqueça toda
e qualquer mágoa.
Abraço!
Janaína.
Inter e Jana,
ResponderExcluiré isso aí.
Pode ser desconfortável ser meio torto, andar pros lados que ninguém considera o normal. Mas pode ser tão prazeroso, que vale a pena fazer.
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