quarta-feira, 9 de maio de 2007

uma coragem, duas coragens...

e assim vou me construindo.

Uma coragem de escrever, outra de tentar, outra de falar mais em público, outra de mostrar o que escrevo, outra de dançar na pista, se jogando inteira, outra de usar um salto alto (tinha certeza que cairia), outra de falar não ( não sabia falar não, aprendo aos poucos), outra de falar sim, outra de fazer isso, fazer aquilo, uma coragem de usar batom vermelho na quinta série, ser meio ridícula sempre, rir alto, chorar em público. Uma coragem de chegar me impondo, em ocupar um espaço, outra de ouvir, outra de falar. De dizer não sei, e outra de dizer assim que sei bem, uma de aprender e outra de ensinar, uma coragem de sair pro mundo, de ter corpo, ter sexo, coração; coragem de ler o que perturba e é grande. Coragem de enfrentamento, de dizer é errado, de acolher, coragem pro embate (tenho pouca ainda). Coragem de ver o que tá ruim, e o que tá bom também, de assumir desejos, coragem de dizer sim, de dizer vem, de dizer sim.

Tenho ainda minhas faltas de coragem, minhas covardiazinhas, e olha que não são poucas, mas tento vencê-las, uma a uma, aos poucos, com cuidados. Porque o problema da falta de coragem, é o de uma vida arrependida, culpada pelo que não se fez.

e aí já viu, né?

11 comentários:

  1. E eu tenho observado que a cada dia nossa coragem fica mais teórica e menos prática.

    Como naquele filme do Monty Phyton, "A vida de Brian" em que o grupo que o Brian participa fica fazendo reuniões para libertá-lo da cruscificação e acabam ficando só nas reuniões e debates...assim somos nós, infelizmente.

    Abraço.

    Janaína

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  2. Lulu,
    a minha coragem me escapa tanto, vai e vem, sem controle algum. É tanta falta de controle sobre a coragem, é um tal de procura e se perdeu, ou de aparição involuntária, que eu resolvi não mais resolver. Isso funciona meio assim, quando procuro demais e não encontro, deixo perdida, pelo menos por um segundo, uma hora ou um dia. A coragem também cansa, e faz parte deixar ser assim, não sempre, mas às vezes, e sem culpa.

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  3. Dorothy,
    muito, muito legal o seu comentário.
    Obrigada.
    um beijo,
    Lu.

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  4. Janaína,
    isso também é verdade, principalmente em termos políticos e sociais.
    Um beijo grande para vc, ando quieta por aqui, mas sempre seus comentários me fazem um bem danado.
    Lu.

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  5. Estar quieta é também uma forma de estar em tempestade. Interior.

    Noto ansias de transformações, mudanças, aqui, e em todos os lugares que vou e pessoas e o mundo e eu.

    Há ondas no mundo.

    Abraço.

    PS: Vir aqui também me faz muito bem.

    Janaína

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  6. ...e todas nós é que somos mulheres - branca, preta, amarela - de coragem!??

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  7. É isso aí. Fé em Deus e força na peruca...:-)

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  8. Lu, quase perdi a coragem ao chegar aqui e ve todos os posts que perdi! Todos que não consegui ler e acompanhar! Mas de repente tomei coragem e de tras pra frente comecei... comecei do começo, do meu começo, do ultimo post que tinha lido há meses atrás! Em alguns não tive coragem de postar, falar, interferir, mas em outros sim, sim e sim!!!
    A coragem voltou! Adorei o comentário da Dorothy, acho que devemos aceitar a fatalidade do sumiço da coragem, medo e com coragem!
    te amuuuu
    Fa

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  9. Brigite!
    pois é...

    :-)!!

    Marcos,
    um beijo!! Bom te ver por aqui!
    Lu.

    Fa,
    o comentário da Dorothy foi tudo mesmo!
    saudades minha amiga, te amu também!!
    :)

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  10. Isso é legal. Vencer as covardias aos poucos e, aos poucos, ir se arriscando cada vez mais. Isso aumenta o risco mas também aumenta o prazer. Nunca se esqueçca disso. O prazer aumenta com o risco. E prazer é fundamental.

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  11. Arnaldo,
    concordo inteiramente com vc. !!
    :)

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