sexta-feira, 29 de junho de 2007

da dor e outras dificuldades

Pensamentos esparsos...

Eu dou aulas há uns dez anos, por aí. Em todas as classes que lecionei, da quinta série ao terceiro colegial, sempre havia pelo menos um aluno medicado. Hiper atividade, depressão, ansiedade, sei lá o quê. Sempre. Pelo menos um. Escolas particulares, classe média paulistana. Uma vez, um menininho da quinta série que não conseguia parar quieto na cadeira me escreveu um bilhetinho pedindo desculpas e se explicando: desculpa, professora... é que eu sou imperativo.
Eu desculpei, e fui conversar. Como é seu dia? Ah, eu vou à escola de manhã, depois volto par casa, fico lá, vendo tevê ou jogando vídeo game, vou pro inglês, volto... Quando você brinca? Ah, em casa, fico desenhando. Quando você corre? Na aula de educação física. Quando você rola no chão descalço, brinca até ficar cansado, joga futebol com os amigos, essas coisas? Ele ficou me olhando, rindo da professora maluca.

Eu sou a favor de remédios, anti depressivos e tal, quando e fato há algum transtorno. Depressão, por exemplo, é doença séria e deve ser tratada como tal. E de fato há muitas crianças deprimidas, hiper ativas, com pânico. Há mesmo. Mas serão tantas? Numa classe de vinte, duas? sempre?


Outra história. Está-se constatando um novo fenômeno social. Um número crescente de crianças com onze, doze e treze anos não mastigam ou têm muita dificuldade em mastigar a comida. Isso mesmo. Comem somente papinhas, purês, sopinhas, vitaminas. Não conseguem mastigar. Não, não há nenhuma impossibilidade física, biológica, simplesmente, não aprenderam a mastigar, não conseguem. É sério. E isso desenvolve sérios problemas na dentição, na formação da musculatura do rosto, do maxilar. Pergunte para o seu dentista.


A planta típica de um apartamento de uma família classe média alta é de uma suíte para cada pessoa da família. Na suíte: computador, devedê, televisão a cabo. Uma orientadora educacional perspicaz uma vez fez uma análise sobre isso: os meninos crescem sem precisar fazer uma negociação. Não negociam o controle remoto, não negociam o uso do computador, não negociam qual filme vão assistir, não negociam o uso do banheiro. Crescem individualizados ao máximo, já que a irmã gosta de ver malhação e o menino quer ver outra coisa, uma tevê para cada um. A estrutura da casa é montada de maneira que ninguém precise dividir nada, nunca. Há cinco suítes minúsculas, mas grandes o suficiente para caber o computador e a tevê, e isso é suficiente.

Uma amiga minha tem três irmãos. A família, de seis pessoas, cresceu numa casa com dois banheiros. Ela acordava todos os dias meia hora mais cedo que todo mundo para poder tomar seu banho com calma. E escapar da briga pelo banheiro de manhã. Uma negociação diária, e assim se aprende a crescer, ceder, viver em sociedade. Sério. Esse negócio de uma privada para cada pessoa da casa estraga as pessoas.

E outro dia li outro estudo interessante mostrando como o uso demasiado do celular diminuía o senso de responsabilidade e compromisso dos adolescentes. É assim: se não há celular e a gente faz um combinado, ele tem que ser cumprido. Pronto. Nos encontramos na sorveteria às seis da tarde. Tá. Conto com você para não sei o quê. Tá. Se alguém fura, não há como avisar, o outro fica na mão, é hiper complicado. Claro que é bom ter um celular, também por causa disso. Você fica preso no trânsito e liga dizendo que vai atrasar. Seu filho não chega em casa, vc liga para saber onde ele está. Mas... Eu reparei, os meninos combinam compromissos assim: você me liga quando tiver saindo, que eu te ligo quando tiver saindo e chegando lá a gente se liga para ver onde cada um vai estar. Não marcam nem o horário do encontro nem o lugar. Juro. Não precisa. Então não fica sendo tão necessário prestar atenção no outro, se adaptar ao que está fora, pois o mundo gira em torno de um ritmo individual. Não tenho nada contra celular, são ótimos e tal, mas de fato há um sentido menor do compromisso, uma necessidade menor da memória. Sem falar dos pais e mães que ligam para os filhos no período de aula, sem constrangimento algum, mas esse é um capítulo à parte.


Um menino está muito acima do peso, deve emagrecer por recomendação médica. No entanto, ele tem, todos os dias, quinze reais para gastar na cantina, o que é um despropósito, já que tudo na cantina dessa escola custa entre 1 e 2 reais. Resultado: lá vão , por dia, uns cinco pedaços de bolo, e assim por diante. Foi-se falar com a mãe. E a mãe explicou que por causa da dieta, só há legumes, saladas e carnes magras em casa, e o menino não gosta, e ela fica com pena, e dá dinheiro para ele comer na cantina. Uma outra havia brigado com a classe inteira. Pediu para a mãe que a tirasse da escola. No dia seguinte estava sendo pedida a transferência.


Outro dia, saiu na Carta Capital um dossiê sobre anti depressivos. O grande anúncio da nova geração de remédios é não somente acabar com a depressão mas também com a dor, a dor corporal e física que muitas vezes acompanha a tristeza.

Agora, me entendam bem. Anti depressivos e tais são fundamentais para quem sofre de fato de depressão ou outros transtornos psíquicos. Ajudam de fato, ainda bem que existem, acompanhados de uma boa terapia realmente ajudam as pessoas. A questão é o diagnóstico. Feito às pressas, de maneira facilitada. Eu como professora fico aflita, pois sempre, qualquer aluno com alguma complicação, agora, é hiper ativo. Ele não é bagunceiro, ou mal educado, ou simplesmente moleque. É hiper ativo ou o que tiver na moda no momento. Os pais respiram aliviados, se eximem da culpa, a escola também, e o menininho cresce medicado.

É ótimo ter tevê no quarto, tudo bem cada um ter o seu computador. No entanto, as famílias conversam pouco, pouquíssimo, pois quando em casa, não ocupam espaços coletivos. Em um documentário sobre o trânsito de São Paulo uma mãe que atravessa a cidade todos os dias para que a filha estude numa escola de elite diz que acaba sendo bom, pois o momento no carro, no trânsito, é o momento de bater papo com a filha, é o momento em que as duas estão juntas, sem mais nada para fazer.
E logo isso também vai mudar, cês não viram a propagando com o carro com tevê para o banco de trás? A família pode viajar tranquilamente para onde for, as crianças não vão mais pentelhar com o famoso: falta muito para chegar? ou com a impaciência, ou com cantoria, berreiro, choro. Ficam ali, vendo tevê durante a viagem inteira, para alívio e respiro dos pais. No carro. Ah, sou contra. Quase tive uma síncope quando vi a propaganda. Sério.

Fazer regime é um saco mesmo, eu mesma fui uma criança gordinha e é dificílimo. Eu entendo a mãe, entendo a dificuldade, não entendo o argumento dado como justificativa: ele não gosta e eu fico com pena. A gente até pode sentir isso, mas não fala, não acha que é isso mesmo. Todos os pais estão mesmo muito ocupados, não há tempo para nada, todo mundo quer sempre o melhor para os seus filhos e tal. E é claro que minhas experiências pessoais como professora não são a regra, mas há uma tolerância cada vez menor para as dificuldades da existência. As soluções procuradas são sempre rápidas, práticas e vão sempre na direção de procurar evitar todo sofrimento. A vivência da crise, da dor, da frustração, é pouco tolerada. Há uma vontade de super proteção, de controle absoluto, de soluções rápidas.

mas... não é assim - se frustrando, negociando, sofrendo - que a gente cresce e se humaniza?


Gostou desse texto? Leia também:
da obrigação de estar bem. Aqui.

25 comentários:

  1. seus textos sao simplesmente lindos.

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  2. lulu, que texto maravilhoso. devia ser lido pelo maior número de pessoas, principalmente aquelas que acham que evitar o sofrimento a qualquer custo é a melhor estratégia. eu já fui professora de adolescentes [hoje só tenho uma turminha dessa faixa etária] e sei que os pais estão cada vez mais terceirizando os filhos. isso tudo é muito triste, esse isolamento, essa tendência cada vez maior de buscar soluções indolores. mais triste ainda é constatar que a maioria das escolas compactua com esse modelo; afinal, numa classe com 50 alunos, ninguém vai querer saber de verdade as razões que levam o aluno ser assim ou assado. dopa-se o menino e pronto. e todos ficam felizes. bjs e parabéns pelo texto.

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  3. Já reparou também como os espaços estão sendo moldados para que não haja conversas? A cozinha, que antes era um espaço para reunião familiar, é pequena, justamente para expulsar os membros da casa. Agora a ordem é entra um de cada vez. O tempo que se gasta ali também tem que ser reduzido e para isso o microondas serve muito bem. Põe tudo lá dentro e espera em frente à TV.

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  4. poxa lulu, eu penso muito nisso tudo que vc disse nesse post. eu tenho uma filha pequena e minha preocupação é grande.
    esse lance do individualismo, do materialismo e do consumismo dessa geração me preocupam demais. da mesma forma que cada um ter seu banheiro, seu computador e sua tv incentivam o individualismo, o consumismo que domina nossa sociedade - respiramos consumo, sem perceber - gera indivíduos incapazes de se relacionar, que desconhecem afeto, entrega.
    a hiperatividade ou transtorno do deficit de atenção, um mal de nosso tempo, me parece fruto de dificuldades de relacionamento entre pais e filhos. assim como é mais fácil deixar o filho na frente da tv ou do computador pra cuidar de suas vidas e não serem importunados, dar um remedinho é mais prático do que tentar descobrir o que de fato está acontecendo com a criança.
    um dos monstros que espancaram a domestica aqui no rio é, segundo o pai, vítima de hiperatividade e toma remédios. será que a intenção desse pai, ao dar essa declaração, era de atenuar a culpa desse filho? ou tentar se eximir da responsabilidade sobre ele?
    esse assunto dá muito pano pra manga, poderia escrever horas sobre isso...
    não sei se vc conhece o modelo pedagógico antroposófico, a pedagogia waldorf. tenho me informado sobre ele e estou tendendo a matricular minha filha, daqui a um tempinho, num jardim waldorf. parece diferente de tudo que já vi, mesmo o construtivismo, e a impressão que tenho é de que pode trazer um pouco de equilíbrio nesses tempos de ansiedade e individualismo que vivemos.
    Bjs

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  5. Numa aula de psicologia da educação eu coloquei à professora algo que tava me intrigando: existem tantos nomes e tipos novos de doenças psicológicas e psíquicas ultimamente porque ficamos mais doentes ou ficamos doentes porque existem nomes e doenças para tudo que sentimos desde sempre?

    Vc está triste? Tome remédio.

    Acha que o mundo vai acabar? Tome remédio.

    Perdeu um grande amor? Tome remédio.

    Está em crise emocional? Tome remédio.

    Não enfrente nada. Tome remédio e seja feliz. Ou ao menos se engane.

    Amei seu texto. Acho que realmente devemos nos perguntar mais sobre este tipo de coisa.

    Abraço.

    Janaína

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  6. É, querida, parece que o admirável mundo novo, a cada dia que passa, se aproxima mais.

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  7. Oi, Lulu, muito legal este seu post. Também fico muito impressionada com a aderência automática das pessoas às doenças e patologias que surgem de uma hora para outra. Lê sobre o assunto numa revista e se identifica: "Ih, eu tenho isso!". E tem tratamento, um remédio e pronto, já se sente melhor. Parece uma aberração da necessidade de pertencimento, de estar em um grupo, os hiperativos, os TOCs, os bipolares...

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  8. A medicação sempre me assustou. Também sempre tive alunos medicados em sala de aula e o choque(??) de meus colegas professores, porque eu me recusava a ir em tal ou tal medico, que sempre receitava uma "ritalinazinha" ótima que seria oooootima para meu filho.Obrigada, eu passo.
    No tocante a crescente individualização e afastamento familiar, não sou dada a nostalgias e não creio em um modelo de familia idealizado ( já escrevi sobre isso inclusive ), opto por pesnar em como as relações devem se transformar, como os pais, ao invés de criticar com discurso falho coisas como o video game e ou a internet, poderiam interagir mais intensamente com o objeto de interesse dos filhos. Concordo com vc em relação aos pontos levantados em seu texto, mas creio também que os pais se negam a se relacionar com seus filhos dentro de novos códigos de comportameneto hipermidiáticos. Já atendi pais que reclamavam muito do cotidiano dos filhos, sem que soubesse efetivamente o que eles faziam ( rpg, blogs, video game...e outras coisas que podem ser ótimas)
    Enfim, há que se refletir sobre os equivocos atuais - o comentário da janaina está nevrálgico - mas há que se pensar em como reestruturar relações dentro de outros códigos.
    Beijos.Po, falei demais.
    Será que sou "imperativa"??hehe

    e tem uma coooisa pra vc lá na minha Casa.;0)

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  9. Lulu,

    Tenho que me pronunciar. Hiperativos, ou melhor, portadores do deficit de atenção (DDA´S) não são de forma alguma um "grupo".

    Falo com conhecimento total de causa, afinal tenho dda desde que me conheço por gente.

    Não existem aderencia a este grupo, pois é uma condição que muitas vezes pode ser limitante socialmente, ou seja pode trazer uma certa dose de dor e sofrimento.

    Não tomo remédios, pois acredito que posso manter minha sindrome controlada, mas algumas pessoas precisam, sim.

    Acho seu post extremamente lucido e bem vindo, mas pessoas com reais problemas não se sentem bem por tomar remédio, antes é um fardo terrivel. Sinceramente não acredito que alguem possa ler algo em uma "revista" e se identificar com algum transtorno psiquico, principalmente porque estas matérias, amneos que sejam escritas em jornais de medicina, são absolutamente superficiais.

    Dda´s são pessoas produtivas na sociedade, inteligentes, capazes que se relacionam, mas podem e são constantemente taxadas de irritatens, sem parametros de comportamento, por que na verdade muitas vezes não temos.

    Acho que o que existe sem dúvida alguma é o afobamento de muitos psicologos/psiquiatras em identificar tais doenças sem um profundo conhecimento do paciente.

    Mas definitivamente não somos um "grupo' e não conheço um dda que tenha orgulho de se-lo.

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  10. Onde posso encontrar o cdCOLE PORTER & GEORGE GERSHWIN - CANÇÕES, VERSÕES
    (2000) Geléia Geral/Warner 398429049-2 que vc cita num dos seus textos?
    Adriano de Leon leontut@uol.com.br

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  11. Tem toda razão, Lulu - é assim mesmo que se aprende a lidar com os outros, a sentir com os outros. Sem isso, novos monstrinhos estão se preparando para aumentar ainda mais a intolerância, o preconceito e a violência, que é o resultado final disso tudo. Um beijo, bom fim de semana.

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  12. Oi, Lulu!!!

    Estou chegando por aqui através do blog da Vivien. Aqui em casa somos quatro, com dois quartos, um banheiro. Duas TVs, mas volta e meia nos juntamos em um canto só da casa. A minha filha de 12 ainda brinca com a de 8. Não temos uma série de regalias, mas sempre fomos felizes. Acho que não há nada melhor do que estar juntos.

    Muito bom o seu texto. Amei.

    Beijão, Lu.

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  13. A dor, o sofrimento, são fundamentais para o desenvolvimento do ser humano. É uma questão adaptativa, aprendemos e geramos conhecimento SEMPRE para obter algo ou diminuir um desconforto. A vida é feita dessas pequenas negociações que você fala. Mas, vivemos no mundo da auto-ajuda, da felicidade imposta, da melancolia proibida e até criminosa. Aí de você que está triste! O resultado? Em meu curso de Psicologia encontro caso de crianças já em idade escolar (acima de 7 anos) que nem aprenderam ainda a falar!

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  14. Lulu,
    Ótima postagem. Voltei ao passando relembrando como era no meu tempo. Quantas vezes saí no tapa com meu irmão na hora das chamadas negociações. O dinheiro era curto, só às vezes aparecia. A televisão era uma, ficava na sala, a família toda via.
    Beijão

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  15. Você tem razão,Lulu;é assim que se aprende,se evolue,se socializa,gente se torna gente de verdade.Quando isso não acontece,quando essa pena se torna a rotina na educação,formam-se pessoas menos valorosas pra dizer o mínimo.Pessoas egoistas,sem capacidade de convivência com os demais,principalmente o diferente.Você eatá vendo tudo muito lucidamente.

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  16. Lulu,
    o seu post foi direto ao ponto em vários momentos, para não dizer que concordei com tudo. Claro que concordei.
    Em minha casa sempre tivemos regras.É chato, eu sei. Mas funcionam. Por exemplo: refeições. Nada de comer na sala, prato na mão, vendo tv. Lugar de refeição é à mesa, todos juntos. Com o passar do tempo é lógico que não dá, os horários, enfim. Mas continuamos respeitando essa regra frundamental.
    Parabéns, menina!
    Um beijo

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  17. Olá, Lulu!

    Nossaaaa! Amei o seu post. Para falar a verdade, me identifiquei. hahhaha.
    Sabe que outro dia meu marido inclusive falou em comprar uma outra TV e um DVD, para colocar no quarto do filho mais novo (tem 1 ano e 9 meses), já que os dois (o mais velho tem 6 anos) às vezes se estranham porque cada um quer ver um filme diferente. rsrs
    Depois deste post estou até pensando em colocar os dois para dividir o mesmo quarto. rsrs
    Sério. Me fez repensar. Até imprimi. Vou mostrar para o meu marido.
    Um beijo.

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  18. Belíssimo post. Também acho ridículo nessa sociedade que ninguém mais brinca na Rua falar em hiperatividade (hoje em dia nem pega pega no prédio, incomoda o síndico...).

    Quando era moleque, já cresci em condominio, então não tinha essa coisa de rolar na lama, mas ao menos pulava os muros, subia em árvore, brincava de esconde-esconde no térreo e tocava o terror nas casas do vizinho... Hoje, tinha levado um choque ou um tiro...

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  19. Chris, querida,
    a gente que é professora sabe, não é? como são complicadas algumas famílias...

    LEANDRO

    e sabe outra coisa que me irrita nessas plantas de apartamentos que recebo? Não tem espaço para biblioteca. Tem cinema, home theater sei lá o quê, cozinha gourmet, e não h´auma parede para estante, nem uminha sequer. Ok, somos do século passado, mas pôxa.. quando a classe média/alta não quer mais ter livros nem para se exibir, é que as coisas estão feias mesmo. ...

    beijos.

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  20. RENATA,
    não conheço de perto a pedagofia Waldorf mas me parece sim interessante. O que eu sei é que entre as escolas Waldorf também há muita diferença. Eu tenho uma maiga ótima que estudou numa Waldorf a vida inteira e saiu super bem formada; ela reclamava, no entanto, de uma certa alienação do mundo que a escola acabava criando, mas enfim! O fato é que nenhuma escola é perfeita, não tem jeito, mas com certeza há escolas melhores que outras sim. Tem que olhar bem de perto. E o construtivismo virou uma espécie de etiqueta que todo mundo diz vestir mas poucos conhecem e aplicam de fato. Eu ainda não tenho filhos, mas quando tiver, sei lá qem que escola vou colocar. Vivo pensando nisso.


    RENATA, ANA e LEPTON,
    de fato, acho sim que o admirável mundo novo se aproxima cada vez mais. Mas também não joguemos fora os remédios, porque corre o risco de criarmos um preconceito às avessas com qeum de fato precisa deles. Ficamos achando que depressão é frscura, falta de força de vontade , essas coisas. Também não é assim. Mas é claro que muito dessa medicação é fornecida sem pudores para quem quer que as queira, com remédios para emagrecer acontece o mesmo, um problema.
    né?

    VIVIEN,
    te falei lá na sua casa como adorei o seu comentário. Voce tem toda razão. problema não é o computador ou as tecnologias, acho mesmo que tanto faz, os pais ausentes e distantes estariam ausentes e distantes mesmo se o filho ficasse horas lendo livros e não jogando video games. A questão é saber, ter tempo, procurar se aproximar...
    enfim... à espera do seu texto! :-)

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  21. MIRANDA,
    Muito obrigad apor ter escrito e colocado a sua perspectiva aqui. Você tem toda razão, não há grupo suniformes ou homogêneos, não há como classificar ou estereotipar. E, claro, é sempre muito, muito sofrido toamr remédios. Sabe, eu já tive depressão para valer, e a medicação foi muito, muito importante, para eu começar um movimento de cura. Levantar do sofá.
    As pessoas se centraram um pouco demais na questão dos défcits mas esse nem era o ponto principal do post.

    Muito legal vc ter escrito, e desculpa se ficou, em algum momento, preconceituoso.
    Um beijo,
    Lu.

    ADRIANO,
    se vc tiver faladno da música cantada pela Annnie Lennox, ela está no cd Red Hot and Rio, uma coletânea de vários artistas pop cantando Cole POrter. Vou te escrever.

    ADELAIDE,
    é isso aí. Os resultados são esses mesmos. É claro que há outros fatores, mas esses certamente contribuem.

    LUCIANA,
    seja muito bem vinda! A Vivien é o máximo, sempre me manda leitores bacanas! Que bom que vc gostou do texto. E sim, não há nada melhor do que estar junto.

    DONIZETTI,
    é isso mesmo. aí de nós se entristecemos. Tenho um outro post sobre isso, da obrigação de estar bem. Acho que vou linká-lo ali. Estou me achando tudo com essas suas visitas! O Post é esse:
    http://lulu-diariodalulu.blogspot.com/2007/01/da-obrigao-de-estar-bem.html

    LORD,
    pô... legal prá caramba saber que um escrito te fez lembrar da infância... :-) legal mesmo. obrigada!

    ANUNCIAÇÃO,
    obrigada por achar meus olhos lúcidos! é que quandoa gente trabalha direto com a molecada tem muita coisa que é difícil não ver...

    VALTER,
    obrigada, mesmo. Como é difícil estabelcer regras, não? dá para ver de cara, nos alunos, quem vive em casa com regras e que não. É chato mesmo, mas é super importante, nossa, para a própria felicidade dos meninos.

    CARLOS
    também nasci em condomínio, e passei muito tmpo em frente a televisão. Mas sei lá, é isso, brincava no pátio, sei lá. Quer saber? acho que já brinquei pouco! enfim... obrigada pela visita e pelo comentário, volte sempre!

    ANDREA,
    vixi! fiquei toda orgulhosa com o seu comentário. Sobre as teelvisões, há mais um fator: se cada um tem a sua, e fica assistindo sozinho no quarto, não há como conversar sobre o que é asssitido, e isso às vezes é ruim, pois algumas coisas impressionam de fato as crianças, e seria legal que elas pudessem conversar.

    Mas agora, deixa eu falar uma coisa: tem gente que cresceu dividindo tudo todo o tempo e não virou uma pessoa legal.
    E tem gente que cresceu com tudo no quarto, não dividiu nunca nada, e virou uma pessoa legal.

    Para vc, especialmente Andrea, amor e cuidado são os mais fundamentais. E pasi bacanas e éticos, acabam passando isso para os filhos, viu? Fica tranquila!

    Beijos a todos,

    muito obrigada e desculpem-me pela demora em responder.

    Lu.

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  22. Lulu, este seu post é um achado. Leitura obrigatória mesmo a pais, professores, educadores e a todos que têm um olhar crítico a respeito do mundo, das pessoas e suas peculiaridades.
    Meu namorado indicou a leitura dele no fim de semana, eu li e fiquei mesmerizada com suas observações tão pertinentes e sensíveis.
    Mandei o texto pra minha mãe, ela amou e espalhou pra um monte de gente do trabalho dela (ela trabalha no Instituto Presbiteriano Mackenzie, que abrange desde o prezinho à pós graduação, e tem contato com educadores de todos os níveis).
    Não sei se vc curte o trabalho do Mario Prata, mas num livro dele chamado Minhas Tudo, há uma crônica que lembra bastante este seu texto, especialmente onde vc fala sobre a quantidade absurda e disparatada das suítes da classe média pra cima hoje em dia.
    Se vc tiver este livro, tá na página 66 (uma crônica chamada Banheiro). Se não tiver, eu tenho a manha de sentar aqui e redigir pra te mandar (googlei e não achei). É muito boa e vc vai se identificar um monte.
    Parabéns e desculpa o comentário monstro. Foi minha estréia aqui nos comentários, quis tagarelar. :P
    A gente se conheceu pessoalmente num encontro tempos atrás, com a Sandra Pontes, Marcos VP e esposa e meu namorado, o Tuca. Você é uma simpatia e espero vê-la novamente em breve, no lançamento dos livros do Bia e do Alex.. :-)
    Beijos e até.

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  23. Ôps, onde está "redigir", leia-se "digitar"; :-)

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  24. Patricia!!

    puxa, que bacana a sua visita aqui. Acho que devemos ser uma das únicas nesse meio que fizeram o caminho inverso: primeiro se conheceram ao vivo, depois por blogs! :) que legal.

    nossa, ah.. obrigada pelos elogios e por mostrar meu texto prá outras pessoas e tudo. que legal. mesmo.

    e, olha, eu não tenho esse livro do Prata, gosto dele, mas não tenho! mas , olha, digitar é um trabalhão, eu vou lá na livraria, ver se tem, se der eu compro, senão leio lá mesmo, e depois te digo, tá?
    muito obrigada pela indicação!

    e obrigada pelo comentário tão bacana e generoso.

    um beijo,
    nos vemos lá no lançamento sim!
    Lulu.

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  25. Este comentário foi removido pelo autor.

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