quinta-feira, 7 de junho de 2007

faz sol


Faz sol na cidade. É feriado, e o mundo se recupera. Acordei, acordamos. Mais uma vez e de novo, e tudo bem, porque sim, porque sorrimos, porque sorri.

Banheiro, gata, troca a comida, água nova, sorri. A gata se esfrega em minhas pernas, tropeço na gata, beijo a gata, ela se lambe, toma seu banho, está tudo bem.

Banheiro, espelho, cara horrível, sorri. E lava-se o rosto tomando cuidando, cada pedaço dele é meu, e cuido de mim, e faz sol e é feriado, e o mundo se reconstrói. Verifico-me no espelho, sim... não... sorri. Até que sim, talvez. Quem sabe da própria imagem que tem? Sorri. Ela se cuida com carinho, porque essa é a sua história, é o que tem, e é tanto!

Porque ela se desmonta inteira, parece que não vai dar, que não vai caber, que nada faz sentido, que não sabe mais nada, nunca, nada, nunca soube, sempre fora uma enganação sem fim, e como que por mágica, acaba aguentando, viver os dias, um atrás do outro, porque os dias vêm, e passam.

E depois, como que por um espanto, ela se remonta, esplêndida de novo, prodigiosa, por estar inteira, simplesmente por ser, existir, e pensar: que bom que insisti; hoje, está tudo no lugar.

é um dia de feriado, faz sol na cidade.
Ela existe. É. E acha bom.


6 comentários:

  1. Oh Lulu obrigada pela visita e suas boas palavras.
    Gostaria de poder dizer mais coisas para vc e seu belo texto sempre cheio de esperança, que vc não deve nunca perder.
    Me perdoe por não me estender mais, sim?
    beijos
    M.

    ResponderExcluir
  2. acho que pra mim, não via dar.
    e olhe que aqui tem sol.
    ;-(
    M

    ResponderExcluir
  3. Adoro estes post dos dias...poéticos.

    Sua gata é linda e eu queria uma também...na verdade servia até um ursinho de pelúcia, algo que eu pudesse apertar sem matar, talvez.


    Aqui também fez sol hoje, sol bom. Lavei roupa, mas isso não é poético, aí comprei um presente de dia dos namorados pro meu marido. Ele fica envergonhado quando ganha presente e isso é poético.

    Aí andamos uns 8 km de bicicleta (é nosso meio de transporte além dos pés) para nos intupir de churrasco na casa de um parente. E isso não é poético.

    Aí voltei correndo e liguei o pc e tô ouvindo AC/DC e lendo teu blog e isso é poético.

    Abraço.

    Janaína

    ResponderExcluir
  4. Lulu:

    Ela, na minha opinião, não se remonta por um espanto e sim por que tem sede de vida. Por mais caótica, enganosa e muitas vezes desesperançada a ponto de ser um fardo, é vida que ela quer. E sempre, sempre mesmo vai se remontar esplêndida e verificar que as coisas podem até sair do lugar, mas voltam, e dias como os de ontem sempre vão existir e mostrar o quanto é lindo e vale a pena estar vivo.

    Beijo,

    Miranda

    P.S Sua gata é um desbunde.

    ResponderExcluir
  5. Lulu,

    Se você tiver um tempinho e paciência, da uma olhadinha lá no meu blog, nas postagens de Maio. Tem um post sobre o Madredeus, com um clip no final que ilustra de forma bacana o seu post.

    Beijos,

    Miranda

    ResponderExcluir
  6. Gente,
    obrigada a todos.
    As palavras de você aqueceram o feriado!
    Miranda, é sempre um prazer visitar seu blog, mesmo.
    :-)

    ah sim, e eu ainda vou responder sua pergunta! :-)

    beeeijos.
    Lu.

    ResponderExcluir