Sim, caros amigos e amigas, na cozinha da lulu entra, de vez em quando, um bifão.
Não sou hiper carnívora, mas me acabo num bichinho bem feito. Não todo dia, fico um pouco enjoada e acho carne meio pesado. E há um lado de mim que, sim, fica com um pouco de pena dos bichinhos escravizados e hormonizados e submetidos a sei lá que tratamentos cruéis para meu prazer e satisfação. Sinto culpa. Simpatizo com as vacas, condôo-me ( ???) pelo bois. Com frangos meu problema é maior ainda. Li uma vez uma porcaria de uma reportagem sobre as indústrias produtoras de ovos e pronto, foi o suficiente. Agora só compro ovo com certificado de galinha feliz. Sério, vem escrito na caixa assim: esses ovos nasceram de galinhas felizes e realizadas.
Tá, num vem escrito exatamente assim, essa é minha interpretação, concedo. Mas vem escrito que as galinhas pelo menos foram criadas soltas e alimentadas com comida de galinha.Uma vida feliz, o que mais uma galinha pode querer?
Bom, o fato é que ontem compramos, temperamos, preparamos e comemos o pedaço dum boi. Um contrafilé. Se ele, o boi, foi feliz em sua vida, não sei. Ontem, nós fomos.
Vamos à receita.
Em primeiro lugar você abstrai, pára de se preocupar com a felicidade do boi alheio e vai lá no supermercado ou no açougue e acha um belo pedaço de carne.
Se você não quer trabalho e quer todas as garantias de que a coisa vai mesmo dar certo, compra um pedação de filé mignon. Mas é caro e também não é tão saboroso, para falar a verdade. Filé mignon é, basicamente uma carne molinha, mas sem graça. Falta-lhe o sabor e o interesse de uma carne que teve que trabalhar na vida.
Dá certo se comprar uma maminha. Compramos um contra filé, mas aí você tem que ter paciência para limpar o bicho, tirar todos os nervinhos e gordurinhas que vir pela frente. Fica ótimo um rosbife com contra. Tem gente que só usa lagarto, não entendo. Carne mais sem graça, sô... esquece o lagarto.
Comprada e limpada a carne, você faz uma mistura com mostarda, azeite, sal, pimenta do reino. E deixa a carninha descansando lá dentro.
Momento sinta o clima da minha cozinha....
Momento olha prá ver como é que fica.
E como você sabe que o tempero é bom? Você lembra da linda da Nigella, coloca o dedo ( no tempero, não na carne) e experimenta, usando todo o seu charme. Tem que tá gostoso.
Aí você deixa o bicho descansando por um tempo. Tipo uma hora, acho. Não precisa deixá-lo ali para sempre, imerso em seu banho de temperos, prá sempre. É só para pegar o gosto, uma hora é mais que suficiente.
Aí... se você tiver uma panela de ferro esmaltado laranja maravilhosa que você ganhou de casamento dos seus amigos queridos, você a retira do armário. Senão, pega uma panela aí qualquer mesmo. Se tiver fundo grosso ótimo, mas senão tiver, dá certo também. Não tão certo, mas dá certo.
E dá-lhe azeite. Um dedo de azeite na panela, não pode economizar no azeite, feche o os olhos e vire a garrafa.
E esquente o azeite.
esquentado o azeite, joga a carne lá. E ouça o barulho delicioso de um corpo frio jogado no azeite quente ( pronto, já me empolguei agora.. quem mandou comer carne? ) .
E vai fofocar um pouco com seus amigos, e serve mais uma taça de vinho prá todo mundo que a essa altura o papo já engrenou, as pessoas chegaram e todo mundo comenta pasmado o lance lá do Henry Sobel. Ah.. ele vai alegar cleptomania, tipo a Winona Rider. Não.... Disse o outro. Cleptomania é uma doença que só dá em mulheres. O QUÊ?? pularam todas as mulheres!! Seu racista! Digo, machista!! Mas é... segundo ele, na época da Winona, quando não se falava em outra coisa, falou-se isso, que cleptomania é uma doença que só dá em mulheres. Será?
Quem tiver informações a esse respeito, pode mandar pro diário da lulu. E já criaramo movimento free henry sobel, com direito a camiseta e tudo!! hahahaha.
Bom, nesse momento, a carne já deve estar boa para ser virada. Não pode esquecer. Mesmo que estejam contando que o rabino Sobel foi preso porque roubou quatro gravatas, não pode esquecer da carne.
O lance, o grande e verdadeiro lance, é você colocar o fogo o mais alto possível. O negócio todo tem que acontecer em altíssimas temperaturas. Não pode ser morno, não pode ser mais ou menos, tem que ser radical. Daí a preferência por uma panela que aguente o tranco.Quanto tempo fica? Hum... tem que dar tempo da outra amiga contar também da viagem que fez, de todos falarem mal, mas realmente mal, muito mal, de alguém, e de abrir mais uma garrafa de vinho. Uma meia hora. Tem que ver, a carne não pode passar, não pode ficar dura, não pode cozinhar. Se o azeite não estiver fervendo o tempo inteiro, a carne cozinha, e aí fica uma droga, adeus rosbife. Muita atenção.
E a grandeza do robife acontece quando o entorno do bicho fica crocante e o de dentro fica mal passado, ambos saborosos. Tira, corta um pedacinho, e vê. A carne não precisa ir berrando pro prato de tão crua, mas também não pode morrer de tão bem passada.
Não sou hiper carnívora, mas me acabo num bichinho bem feito. Não todo dia, fico um pouco enjoada e acho carne meio pesado. E há um lado de mim que, sim, fica com um pouco de pena dos bichinhos escravizados e hormonizados e submetidos a sei lá que tratamentos cruéis para meu prazer e satisfação. Sinto culpa. Simpatizo com as vacas, condôo-me ( ???) pelo bois. Com frangos meu problema é maior ainda. Li uma vez uma porcaria de uma reportagem sobre as indústrias produtoras de ovos e pronto, foi o suficiente. Agora só compro ovo com certificado de galinha feliz. Sério, vem escrito na caixa assim: esses ovos nasceram de galinhas felizes e realizadas.
Tá, num vem escrito exatamente assim, essa é minha interpretação, concedo. Mas vem escrito que as galinhas pelo menos foram criadas soltas e alimentadas com comida de galinha.Uma vida feliz, o que mais uma galinha pode querer?
Bom, o fato é que ontem compramos, temperamos, preparamos e comemos o pedaço dum boi. Um contrafilé. Se ele, o boi, foi feliz em sua vida, não sei. Ontem, nós fomos.
Vamos à receita.
Em primeiro lugar você abstrai, pára de se preocupar com a felicidade do boi alheio e vai lá no supermercado ou no açougue e acha um belo pedaço de carne.
Se você não quer trabalho e quer todas as garantias de que a coisa vai mesmo dar certo, compra um pedação de filé mignon. Mas é caro e também não é tão saboroso, para falar a verdade. Filé mignon é, basicamente uma carne molinha, mas sem graça. Falta-lhe o sabor e o interesse de uma carne que teve que trabalhar na vida.
Dá certo se comprar uma maminha. Compramos um contra filé, mas aí você tem que ter paciência para limpar o bicho, tirar todos os nervinhos e gordurinhas que vir pela frente. Fica ótimo um rosbife com contra. Tem gente que só usa lagarto, não entendo. Carne mais sem graça, sô... esquece o lagarto.
Comprada e limpada a carne, você faz uma mistura com mostarda, azeite, sal, pimenta do reino. E deixa a carninha descansando lá dentro.
Momento sinta o clima da minha cozinha....
Momento olha prá ver como é que fica.
E como você sabe que o tempero é bom? Você lembra da linda da Nigella, coloca o dedo ( no tempero, não na carne) e experimenta, usando todo o seu charme. Tem que tá gostoso.
Aí você deixa o bicho descansando por um tempo. Tipo uma hora, acho. Não precisa deixá-lo ali para sempre, imerso em seu banho de temperos, prá sempre. É só para pegar o gosto, uma hora é mais que suficiente.
Aí... se você tiver uma panela de ferro esmaltado laranja maravilhosa que você ganhou de casamento dos seus amigos queridos, você a retira do armário. Senão, pega uma panela aí qualquer mesmo. Se tiver fundo grosso ótimo, mas senão tiver, dá certo também. Não tão certo, mas dá certo.
E dá-lhe azeite. Um dedo de azeite na panela, não pode economizar no azeite, feche o os olhos e vire a garrafa.
E esquente o azeite.
esquentado o azeite, joga a carne lá. E ouça o barulho delicioso de um corpo frio jogado no azeite quente ( pronto, já me empolguei agora.. quem mandou comer carne? ) .
E vai fofocar um pouco com seus amigos, e serve mais uma taça de vinho prá todo mundo que a essa altura o papo já engrenou, as pessoas chegaram e todo mundo comenta pasmado o lance lá do Henry Sobel. Ah.. ele vai alegar cleptomania, tipo a Winona Rider. Não.... Disse o outro. Cleptomania é uma doença que só dá em mulheres. O QUÊ?? pularam todas as mulheres!! Seu racista! Digo, machista!! Mas é... segundo ele, na época da Winona, quando não se falava em outra coisa, falou-se isso, que cleptomania é uma doença que só dá em mulheres. Será?
Quem tiver informações a esse respeito, pode mandar pro diário da lulu. E já criaramo movimento free henry sobel, com direito a camiseta e tudo!! hahahaha.
Bom, nesse momento, a carne já deve estar boa para ser virada. Não pode esquecer. Mesmo que estejam contando que o rabino Sobel foi preso porque roubou quatro gravatas, não pode esquecer da carne.
O lance, o grande e verdadeiro lance, é você colocar o fogo o mais alto possível. O negócio todo tem que acontecer em altíssimas temperaturas. Não pode ser morno, não pode ser mais ou menos, tem que ser radical. Daí a preferência por uma panela que aguente o tranco.Quanto tempo fica? Hum... tem que dar tempo da outra amiga contar também da viagem que fez, de todos falarem mal, mas realmente mal, muito mal, de alguém, e de abrir mais uma garrafa de vinho. Uma meia hora. Tem que ver, a carne não pode passar, não pode ficar dura, não pode cozinhar. Se o azeite não estiver fervendo o tempo inteiro, a carne cozinha, e aí fica uma droga, adeus rosbife. Muita atenção.
E a grandeza do robife acontece quando o entorno do bicho fica crocante e o de dentro fica mal passado, ambos saborosos. Tira, corta um pedacinho, e vê. A carne não precisa ir berrando pro prato de tão crua, mas também não pode morrer de tão bem passada.
e aí você serve. Com mostarda, chutney, se tiver alguma, salada, sei lá. Servimos com arroz selvagem ( hahahahaha!! adoro esses nomes!!! o que vem a ser um arroz selvagem???). E aí vai lá e abre mais uma garrafa, que ninguém é de ferro.
e tim tim.
e pruma boa receita de sobremesa, vão lá no pensar enlouquece ler o receita de petit gateau, tá hilária, nada como uma receita bem escrita e bem humorada.
Eu sempre achei que aquele sotaque do Sobel escondia algo de mais sórdido. k
ResponderExcluirmas sabe que eu ainda sonho com suas saladas? uma salada, uma carne e um petit gateau (hoho) depois.
ResponderExcluirme mudei de novo, mas agora tenho vergonha de vc. vc chegou a ver o último post? espero que não. o do video? bem, espero ter saído de lá antes da sua visita.
k
Eu compraria um livro de receitas assim, mas não sei se iria cozinhar ou ficar me divertindo horrores com o texto.
ResponderExcluirAcho que ambos, né?
bj.
Eu adoro cozinhar e adoro a Nigella. E mais ainda aquela trilha sonora de filme B da década de 70 dos programas dela. Mais Nélson Rodrigues, impossível.
ResponderExcluirNigella é uma mestra da "confort food"...:-)
Marcosvp, ela é mesmo...chega a ser sacanagem, eu como tenho uma "quedinha" por "confort food" me sinto estranha vendo o programa dela.
ResponderExcluirÉ como um alcolista assistindo ao programa de apologia a cachaça...hahahah
K, ainda estiu te devendo mais receitas de salada.
ResponderExcluirMarcos e Vivien,
a Nigella é a minha Í-DO-LA.
beijinhos a todos,
Lulu.
"estou", foi o que eu quis dizer ali em cima. desculpa, gente.
ResponderExcluirLu, você save que sua panela esmaltada linda de morrer é chamada dutch oven por aqui? Eu comprei uma assim de birra, sem o marido para ajudar e arrestei ela pelas ruas de NY e depois pelo metrô e as escadas do metrô. Mas anyway, o que eu quero dizer é que chama dutch oven pq vc pode começar a cozinhar a carne no fogo alto e depois joga uns legumes, vinho e caldo de carne e coloca ela no forno por uma hora. É uma delícia!
ResponderExcluirHmmm!! caki!!! receita a ser logo logo testada!!!
ResponderExcluire nada como uma birra bem justificada!!
beeeijos,
Lu.
eu testei a receita e foi aprovadíssima! servi com salada de rúcula, tomates cereja, mussarela de búfala e manga!
ResponderExcluirbeijos Lu
ps- amigos maravilhosos deram a panela, eah??? {BICOOOOO]
hahahhahahah
fabiola,
ResponderExcluirjura que deu certo? eu sempr efico encanada para saber se as receitas são factíveis!!
e quanto aos amigos... o presente maravilhoso dos outros amigos é um tanto impublicável aqui... hihihihihi...
beijocas!!!
eu também não sou lá muito carnívora. talvez pelas mesmas razões que você... atualmente penso que posso passar sem carne, isto é: se não tiver nenhum bife cheiroso perto de mim. mas esse teu rosbife, hein? que isso. tentação total! bjs
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