domingo, 4 de março de 2007

silêncio

Gosto de ficar quieta. Falar pouco. Escrevo com facilidade, falo com toda dificuldade que pode haver em falar. Uma época, falava para dentro, ninguém me entendia. Mudei isso, mas às vezes me canso de falar. Às vezes as palavras têm que percorrer um longo e trabalhoso caminho, até saírem para o ar. E saem obrigadas, queriam ficar ali dentro do meu corpo, na boa, sem que ninguém as incomodasse.

Ás vezes fico achando falar meio perigoso, sei lá, uma palavra errada e já era. Trabalhoso, às vezes gosto da quietude e preciso dela. Escrever não, é diferente, falo de falar; sempre preciso escrever, de vez em quando preciso não falar.

Gosto de ficar bem quieta, ficar distante do mundo e observá-lo, de longe, vendo, gostando, desgostando, pensando, só, comigo mesma, vendo a Terra como quem vê um filme. às vezes fico toda poderosa e acho que posso dirigi-lo, às vezes quero montá-lo, às vezes é bom ser somente espectadora.

Economizo palavras, às vezes, falar é um grande esforço. Gosto do silêncio, e gosto de, num domingo aí qualquer, ficar um pouco sozinha, lendo, escrevendo, cozinhando, tomando um vinho, quieta, arrumando as coisas por dentro. E como é difícil, às vezes, o silêncio. Gosto do silêncio, porque o mundo me preenche tanto que às vezes eu o quero sem sons.
Não faz sentido, mas o bom de não falar é que não é preciso explicar.

bom domingo a todos,
lu.

5 comentários:

  1. Eu gosto do silêncio. Sou queta(e não quieta) normalmente. Odeio que me forcem a falar. Quanto a escrever... tenho dedos nervosos. Eu ia postar sobre ficar sozinha, não em silêncio necessariamente...

    Fui pra aula hoje.

    Beijo k

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  2. Eu nunca fico no silêncio, isso já foi até tema de sessão em terapia....
    Sempre estou no barulho: música ou mesmo a tv guinchando no meu ouvido, mesmo quando estudo.
    Interessante saber cultivar o silêncio.

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  3. Oi luluuuuuu,
    Eu também não sou de falar. Falo se quero; se não, calo. Aparentemente, isso incomoda algumas pessoas.
    Mas tem hora que as palavras vêm na cabeça, e eu seguro na boca: deixo sair? não deixo? e quando as solto (se as solto), tardias, perderam a hora.
    Mas nem sempre é assim. Às vezes elas saem certeiras, obstinadas, sem aviso prévio, e me surpreendem. Às vezes. Às vezes acho que nem são minhas, embora pudessem ser.
    Beijo.

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  4. em respeito ao post,
    não farei nenhum comentário

    ;)

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