terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Morte instantânea

Todo mundo já comeu.
Todo mundo tem uma história para contar. Algumas nobres e sofisticadas, outras de puro desespero. Alguns amam, outros têm nojo e desprezo. Uns esmeram-se em receitas e vivem quase somente disso, outros nem passam perto. Para mim, é uma espécie de símbolo de adolescência e falta de grana, de uma certa preguiça culinária, um pouco de depressão e motivo de risada, quando vejo o pacotinho de galinha caipira. A galinha caipira mais química do planeta...
Sim, estou falando dele, daquele pacote pequeno, individual que, com quatro copos de água fervente e três minutos de espera, está pronto. Sim, nosso amiguinho para as horas difíceis: o miojo.
A história mais esdrúxula que conheço vem de um amigo que em meio a uma viagem maluca na adolescência, sem dinheiro, sem gás na casa onde estava e com muita fome, fez seu miojo com a água quente do chuveiro.... O rapaz tem técnica, vamos conceder isso a ele.
Confesso que em casa tem e quebra um galho, nas tais horas de desespero. Jogo fora o saquinho de galinha caipira em pó, ou de camarão em pó, ou do que quer que seja o saquinho de tempero que eles inventam, deixo na água a metade do tempo recomendado, para que não vire uma papa de fiozinhos enrolados, e faço do jeito que me inspirar. Puxado na manteiga, com algum parmesão em cima, fica até que ok.
Aqui, tem um monte de receitas legais, se você quiser fazer uma homenagem àquele que, para o bem ou para o mal, inventou o macarrão instantâneo e morreu na última sexta-feira, aos 96 anos, no Japão: Momofuku Ando.

E vocês? Quais as histórias e receitas que têm para contar com essa invenção do pós-guerra?
Lulu quer saber!

11 comentários:

  1. Eu não sei fazer nada na cozinha.

    Erro até brigadeiro.

    Mas eu e meu ex inventávamos altas comidinhas com Miojo. E não é que eu gostava?

    Ele gostava de enfiar manteiga, mas eu nunca fui chegada a essas coisas muito heavy. Eu pegava o light(imaginem: se Miojo não é macarrão, Miojo light é o quê? Os simulacros...)e colocava brócolis, cenoura em tirinha, tudo de verde que eu achava... E fazia um yakisoba de pobre. Tchan-nan! k

    ps: Luluzita, ELE está subindo no telhado. Tenho até medo do próximo email.

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  2. Que história é essa de miojo e adolescência? Meio tristinha a história de hoje...

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  3. Minha mãe faz com um monte de legumes refogados...

    Eu compro um importado, que tem que ficar 1 minuto a mais na água fervente e não fica molengueta, vem com 2 sachês de tempero: um com o pó e outro com uma massa (misô e óleo de gergelim, acho). Uma vez que quis dar uma incrementada com broto de bambu e chikuwa (aquela massa de peixe com um furo no meio), como fazem nas lamen houses, mas nem chegou perto...

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  4. "Massa de peixe com um furo no meio". Tenho medo, muito medo.

    Sabe o que é melhor do que não saber fazer nem brigadeiro? Fazer beicinho e ter um homem gato que fique comovido e te chame pra comer brigadeiro feito por ele... Ai ai...

    Acho que já comprei esse negócio que vc falou que vem com os temperos. Obviamente, estraguei tudo e deixei o resto estragar na geladeira.

    Então, Equilibrista, qual é seu Orkut, Msn, etc etc?

    k

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  5. depressão no Miojo ? não vejo, sinceramente

    solidão talvez mas ser só não quer dizer ser triste. às vezes é uma alternativa para a felicidade

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  6. Hum...

    Em primeiro lugar, mas que legal que está a novela "a K & o equilibrista!!" :)!!:!

    De fato K, um homem lindo cozinhando para a gente e cuidado da gente... é bem bão também.

    E quanto à tristeza que eu associo com o miojo... ah... eu associo mesmo. Não por causa de solidão, Thiago, porque realmente estar só ou acompanhado não quer dizer ser feliz ou triste, ambos os estados podem acontecer na solidão e na multidão. Acho o miojo meio deprê se feito assim com displicência, sem carinho, por falta de alternativa. Feito do jeito que a K ou o equilibrista contam, não, aí deixa de ser alimentação e vira comida, e as fumaças do miojo deixam de ser tristes. Mas enfim... sei lá, acho que cada um tem suas associações malucas. Talvez essa seja a minha.

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  7. k., seu perfil no orkut recebeu uma visita discreta hoje (mas se vc vê outros perfis sem se identificar, talvez não fique sabendo).


    Lulu, a "culpa" é da sua taberna, cenário principal de toda trama ;)

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  8. A culpa é desse sofá vermelho que tem aqui. Sentei e não saio mais. k

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  9. O sofá está sempre às ordens, e é para isso mesmo. :)

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